As ações dos EUA dispararam na quarta-feira depois que Donald Trump recuou em seus planos de impor tarifas elevadas a uma ampla gama de parceiros comerciais, mas investidores e analistas afirmaram que a incerteza sobre os impostos persistirá.
O S&P 500 subiu 9,5% na quarta-feira, enquanto o Nasdaq Composite, com forte presença de ações de tecnologia, avançou 12%, os melhores desempenhos desde 2008 e 2001, respectivamente, de acordo com dados da FactSet.
A decisão de Trump de suspender por 90 dias suas tarifas “recíprocas” sobre a maioria dos países ajudou a reduzir parte da forte queda das ações nos últimos dias, que havia sido provocada pelo anúncio das tarifas no “dia da libertação” uma semana atrás.
“Esta é a capitulação de Trump aos mercados. Ele salvou as aparências ao manter as tarifas sobre a China”, disse Andy Brenner, chefe de renda fixa internacional da NatAlliance Securities.
O Goldman Sachs também reverteu rapidamente sua previsão de que os EUA entrariam em recessão após o anúncio de Trump na quarta-feira.
Ainda assim, Trump aumentou as tarifas sobre a China, a maior exportadora do mundo, para cerca de 125% e manteve uma série de outros impostos, incluindo uma tarifa universal de 10%.
Bob Michele, diretor de investimentos e chefe global de renda fixa, moedas e commodities da JPMorgan Asset Management, disse que não houve uma “grande mudança” no mercado de títulos.
“Ainda há tanta incerteza por aí. O mercado de títulos está focado na inflação subindo bem acima do alvo [do Federal Reserve], e o Fed está nos dizendo que não vai cortar as taxas”, acrescentou.
O Citigroup ecoou esse sentimento, afirmando em uma nota aos clientes: “pausar as tarifas recíprocas, exceto para a China, não significa que a economia dos EUA evitou uma desaceleração no crescimento e um aumento da inflação”.
O banco de Wall Street acrescentou: “A incerteza sobre o comércio persistirá, e as importações de países que não a China podem agora disparar, freando o crescimento no segundo trimestre.”
Via Financial Times
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