Menu

Trump festeja tarifaço enquanto bolsas desabam pelo mundo

Em meio a um colapso generalizado nos mercados financeiros globais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou sua defesa sobre a política tarifária adotada por seu governo, em uma publicação no Truth Social no último domingo (6). “As tarifas já estão em vigor e são uma coisa linda de se ver”, escreveu Trump, expressando […]

sem comentários
Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News
REUTERS/Carlos Barria

Em meio a um colapso generalizado nos mercados financeiros globais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou sua defesa sobre a política tarifária adotada por seu governo, em uma publicação no Truth Social no último domingo (6).

“As tarifas já estão em vigor e são uma coisa linda de se ver”, escreveu Trump, expressando confiança de que, com o tempo, a população norte-americana compreenderá os benefícios das tarifas.

A mensagem, divulgada no perfil Trump Daily Posts no X (antigo Twitter), foi publicada horas antes da abertura dos mercados asiáticos nesta segunda-feira (7), que registraram quedas acentuadas.

Impacto das Tarifas nos Mercados Asiáticos

O impacto das políticas tarifárias dos Estados Unidos foi imediato. O índice Nikkei, do Japão, registrou uma queda de 6%, atingindo níveis não vistos desde o final de 2023.

Na Coreia do Sul, o índice recuou 5%, enquanto o índice MSCI, que acompanha as ações na Ásia-Pacífico (exceto Japão), teve uma redução de 3,6%.

As ações chinesas caíram 4,4%, e o mercado de Taiwan foi um dos mais afetados, com uma queda de 10%, o que levou as autoridades locais a restringirem as operações de venda a descoberto.

Na Europa, os futuros do EUROSTOXX 50 caíram 3%, o FTSE de Londres perdeu 2,7%, e o DAX, na Alemanha, recuou 3,5%. Nos Estados Unidos, os futuros do S&P 500 caíram 3,1% e os do Nasdaq, 4%. A perda acumulada nos mercados globais atingiu cerca de US$ 6 trilhões apenas na última semana.

Repercussões Globais das Decisões de Trump

Os números indicam um impacto profundo das políticas comerciais de Trump, com perdas significativas em diversas regiões do mundo. Hong Kong sofreu uma queda de 13,6%, Taiwan recuou 9,6%, e o Japão viu uma retração de 9,5%.

O impacto também foi sentido na Europa, com países como Itália, Singapura e Suécia registrando perdas de até 8%. A pressão sobre os mercados aumentou à medida que a confiança nas políticas comerciais dos EUA continuou a enfraquecer.

Trump, em sua comunicação com a mídia, afirmou que não há intenção de negociar com a China até que o déficit comercial dos Estados Unidos seja corrigido, deixando claro que os investidores terão que “tomar seu remédio”. A resposta da China foi direta, indicando que os mercados já haviam se manifestado sobre a postura dos Estados Unidos em relação às tarifas.

Análise de Especialistas: Riscos de Recessão Global

A postura do presidente dos EUA em relação às tarifas continua a gerar preocupações sobre os efeitos econômicos a longo prazo. Sean Callow, analista sênior da ITC Markets, afirmou que, até o momento, Trump parece indiferente à queda nos mercados, com poucos sinais de que a situação o incomodaria.

“O único verdadeiro disjuntor é o iPhone do presidente Trump”, disse Callow, destacando que o presidente não parece disposto a reconsiderar sua postura, que tem sido consistente ao longo das últimas décadas.

Bruce Kasman, economista-chefe do JPMorgan, alertou que, caso as políticas comerciais dos EUA permaneçam inalteradas, elas podem levar a uma recessão tanto nos Estados Unidos quanto globalmente.

O JPMorgan agora estima que a chance de uma recessão aumentou para 60%, e prevê que o Federal Reserve (Fed) comece a cortar as taxas de juros a partir de junho, com a possibilidade de a taxa básica cair para 3% até janeiro de 2026.

Pressão Sobre o Federal Reserve

A reação dos mercados financeiros tem pressionado o Federal Reserve a reconsiderar sua política monetária. Os mercados futuros começaram a precificar uma série de cortes nas taxas de juros, com a expectativa de que o Fed realize quase cinco cortes de 0,25 ponto percentual ainda em 2025.

A queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos, que chegaram a 3,916%, e a desvalorização do dólar frente a outras moedas, como o iene japonês e o franco suíço, são reflexos dessa pressão.

Apesar da postura cautelosa de Jerome Powell, presidente do Fed, que afirmou na última sexta-feira (4) que “não há pressa” para reduzir as taxas de juros, o temor crescente de uma recessão iminente tem levado os mercados a antecipar ações mais rápidas por parte da autoridade monetária dos Estados Unidos.

Com o cenário econômico global cada vez mais incerto, o futuro das políticas tarifárias dos EUA e suas consequências para a economia mundial continuam a ser um dos principais pontos de tensão nos mercados financeiros.

Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Comentários

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site O CAFEZINHO. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!


Leia mais

Recentes

Recentes