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Mercados europeus também desabam após anúncio de tarifaço dos EUA

Os mercados financeiros europeus iniciaram a semana com perdas expressivas, refletindo um clima de grande incerteza diante do anúncio de tarifas comerciais mais rígidas pelos Estados Unidos. O índice pan-europeu STOXX 600 registrou uma queda de 5,8% nesta segunda-feira, 7 de abril, o maior declínio percentual em um único dia desde o pico da crise […]

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Os mercados financeiros europeus iniciaram a semana com perdas expressivas, refletindo um clima de grande incerteza diante do anúncio de tarifas comerciais mais rígidas pelos Estados Unidos.

O índice pan-europeu STOXX 600 registrou uma queda de 5,8% nesta segunda-feira, 7 de abril, o maior declínio percentual em um único dia desde o pico da crise da COVID-19, marcando o menor nível do indicador em 16 meses. Setores sensíveis ao comércio, como indústrias armamentistas e bancos, foram particularmente impactados.

O índice DAX, da Alemanha, que é fortemente afetado pelas trocas comerciais internacionais, sofreu uma queda de 6,6%. Entre as maiores perdas do dia, a fabricante de tanques Rheinmetall teve uma retração de 23,7%.

Outras empresas do setor de defesa, como Hensoldt e Renk, também apresentaram quedas significativas, entre 17% e 21%, evidenciando uma deterioração no clima de confiança dos investidores no mercado europeu.

O impacto das novas tarifas norte-americanas não se limitou apenas às bolsas de valores. Com a crescente volatilidade, traders começaram a ajustar suas expectativas em relação às taxas de juros do Banco Central Europeu (BCE), reduzindo a previsão da taxa de depósito para 1,70% em dezembro, um recuo em relação às estimativas anteriores, que indicavam 1,75% na sexta-feira e 1,9% na semana passada.

Essa mudança nas projeções ocorre no contexto do aumento das tensões comerciais após o anúncio das tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Setor Bancário Europeu em Queda

O setor bancário europeu foi um dos mais afetados pela escalada das tensões comerciais. O índice de ações bancárias caiu 4,8%, acumulando uma perda superior a 20% desde seu recente pico, o que configura uma entrada técnica em um mercado de baixa.

Entre os bancos europeus mais prejudicados, os alemães Commerzbank e Deutsche Bank, os franceses Credit Agricole, Societe Generale e BNP Paribas apresentaram quedas entre 9% e 10%.

No Reino Unido, o Barclays também registrou uma queda de 9%, enquanto o HSBC sofreu uma retração de aproximadamente 5%. No Japão, o índice de ações bancárias enfrentou perdas de até 17%.

União Europeia Se Prepara para Responder às Tarifas

A União Europeia (UE) está desenvolvendo uma resposta coletiva às novas tarifas impostas pelos Estados Unidos. Os países membros do bloco trabalham para aprovar, nos próximos dias, um conjunto inicial de contramedidas, que podem afetar até US$ 28 bilhões em importações provenientes dos EUA. Entre os produtos que podem ser impactados, estão itens como fio dental e diamantes.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, condenou enfaticamente as ações dos EUA, afirmando que a UE está pronta para defender seus interesses com contramedidas proporcionais às tarifas impostas pelo governo norte-americano.

Von der Leyen também ressaltou a importância da cooperação europeia com o Reino Unido em questões de segurança e defesa, além de expressar sua preocupação com a interrupção dos esforços de paz na Ucrânia devido à postura da Rússia.

Ela se encontrará com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, no próximo dia 24 de abril, em Londres, durante a Cúpula Internacional sobre o Futuro da Segurança Energética.

Impactos Globais e Clima de Incerteza Econômica

As medidas tarifárias dos Estados Unidos têm gerado uma reação global, com reflexos nos mercados financeiros e nas perspectivas econômicas em diversas regiões. A crescente preocupação com uma possível guerra comercial ampliada tem levado a uma pressão sobre moedas, títulos públicos e setores inteiros da economia mundial.

O cenário atual lembra a instabilidade provocada pelas políticas protecionistas de Trump durante seu mandato anterior, reacendendo temores de um enfraquecimento do comércio multilateral.

Analistas alertam que, caso não haja uma rápida desescalada nas tensões comerciais, a economia global pode entrar em uma nova fase de retração, com repercussões severas sobre as cadeias produtivas e as perspectivas de crescimento, especialmente em áreas que já enfrentam desafios como a inflação elevada e taxas de juros altas.

Enquanto isso, os investidores permanecem vigilantes, aguardando novos anúncios vindos de Washington e possíveis declarações do BCE e outras autoridades monetárias. O risco de uma recessão, que há pouco tempo parecia distante, agora ganha força nas projeções de curto prazo, tornando o cenário econômico global ainda mais incerto.

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