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Estudo revela equívoco em cálculo que derrubou bolsas nos EUA

Pesquisa revela que tarifas poderiam ser menores se o governo americano tivesse usado dados corretos, evitando queda histórica nas bolsas A recente divulgação de tarifas pela Casa Branca, que provocou a maior queda semanal nas bolsas desde a pandemia de COVID-19, pode ter sido resultado de um equívoco nos cálculos. Essa é a conclusão do […]

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O American Enterprise Institute recalculou as taxas com base em números corretos e nenhuma tarifa excedeu 14%
As tarifas que levaram à maior queda do mercado de ações desde a COVID podem ter sido resultado de um erro / Getty

Pesquisa revela que tarifas poderiam ser menores se o governo americano tivesse usado dados corretos, evitando queda histórica nas bolsas


A recente divulgação de tarifas pela Casa Branca, que provocou a maior queda semanal nas bolsas desde a pandemia de COVID-19, pode ter sido resultado de um equívoco nos cálculos. Essa é a conclusão do American Enterprise Institute (AEI), um think tank conservador de Washington, que revisou a metodologia usada pelo Representante Comercial dos EUA (USTR) para definir as alíquotas.

Conforme já destacado pelo MarketWatch, além do déficit comercial e do volume de exportações para os EUA, o governo considerou dois fatores adicionais: a elasticidade da demanda por importações em relação aos preços e a elasticidade dos preços de importação em relação às tarifas.

“O princípio é que, ao aumentar tarifas, o impacto no déficit comercial depende de como a demanda por importações reage aos preços e como esses preços respondem às tarifas”, explicaram Kevin Corinth e Stan Veuger, pesquisadores do AEI.

O problema, segundo a análise, está no uso do valor 0,25 para a elasticidade dos preços de importação, quando a pesquisa citada pelo USTR indica um número próximo de 1 (0,945, precisamente). Os especialistas sugerem que a Casa Branca pode ter confundido a elasticidade dos preços de varejo com a de importação.

Ao refazer os cálculos com os valores corretos, o AEI constatou que nenhuma tarifa ultrapassaria 14%, com a maioria ficando no patamar mínimo de 10% estabelecido na era Trump. Se essa revisão tivesse sido aplicada, a reação do mercado provavelmente seria menos intensa. Inclusive, quando o Wall Street Journal mencionou uma tarifa geral de 10% (sem detalhes sobre as alíquotas específicas), os futuros das bolsas chegaram a subir na quarta-feira.

Na prática, porém, o S&P 500 (SPX, -5,97%) registrou queda de 9,1% na semana passada — o pior desempenho desde 20 de março de 2020. Na segunda-feira, os futuros do S&P 500 (ES00, -2,14%) recuaram mais 5%.

Há, porém, a possibilidade de que a equipe do governo já conhecesse os cálculos corretos e optasse por ignorá-los. Outro ponto relevante é que a elasticidade da demanda por importações foi fixada em 4, enquanto o USTR citou estudos recentes apontando para um valor próximo de 2 no longo prazo. Ajustes nessa variável reduziriam as tarifas, mas não tanto quanto propõe o AEI.

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Rhyan de Meira

Rhyan de Meira é estudante de jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Ele está participando de uma pesquisa sobre a ditadura militar, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira

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