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BTG Pactual mantém interesse em carteira de precatórios do Banco Master apesar de operação com BRB

O BTG Pactual pode participar da reestruturação do Banco Master por meio da aquisição da carteira de precatórios da instituição, mesmo após o anúncio do Banco de Brasília (BRB) sobre a compra de parte relevante dos ativos do Master. A informação foi publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo com base em fontes próximas […]

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O BTG Pactual pode participar da reestruturação do Banco Master por meio da aquisição da carteira de precatórios da instituição, mesmo após o anúncio do Banco de Brasília (BRB) sobre a compra de parte relevante dos ativos do Master. A informação foi publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo com base em fontes próximas à negociação.

A eventual participação do BTG ocorreria de forma paralela à operação do BRB, sem impacto direto na transação já divulgada pela instituição financeira pública.

De acordo com fontes consultadas, a proposta em análise é de que os dois bancos assumam a maior parte dos ativos do Master, reduzindo a exposição da instituição ao risco e deixando sob responsabilidade do atual controlador, Daniel Vorcaro, apenas uma parte residual dos ativos.

O BTG demonstra interesse específico na carteira de precatórios do Banco Master. Segundo dados de junho de 2023, o Master possuía R$ 6,93 bilhões em precatórios federais, R$ 94,5 milhões em estaduais e R$ 58 milhões em municipais.

Tais ativos representam direitos creditórios resultantes de decisões judiciais contra o poder público e são alvo de instituições que atuam nesse segmento, como o BTG, que costuma adquirir esses títulos com deságio.

Na segunda-feira, 31, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, se reuniu com André Esteves, do BTG Pactual, e com o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa.

A reunião com Esteves foi incluída na agenda do Banco Central na noite anterior, o que, segundo fontes próximas à negociação, indica a relevância do tema para a autoridade monetária. Nenhum dos participantes falou com a imprensa após os encontros.

Servidores com experiência em processos de aquisição e reestruturação bancária já foram mobilizados para acompanhar o caso no Banco Central.

A operação deverá passar por análise formal da autarquia, que, conforme a Resolução nº 108 de 2021, possui até 360 dias para se manifestar. No entanto, a expectativa é de que a avaliação seja concluída em até seis meses.

Em entrevista ao Estadão, Paulo Henrique Costa detalhou a estratégia do BRB na aquisição dos ativos do Master.

“O banco estatal do Distrito Federal comprou a parte do Master que apresenta sinergias com os seus negócios, como a carteira de crédito consignado, o segmento corporativo, serviços de mercado de capitais, câmbio e banco digital”, afirmou.

O executivo informou ainda que ativos avaliados em aproximadamente R$ 23 bilhões, incluindo os precatórios, ficaram de fora da operação do BRB.

A conclusão da operação pelo BRB está condicionada à aprovação do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Além disso, será necessária a segregação de outras operações do grupo, como o Voiter e o Master BI, que não estão incluídas na transação firmada com o banco público.

Internamente, a operação tem sido tratada no BRB como uma medida semelhante àquelas adotadas durante a vigência do Proer — o programa de reestruturação de bancos da década de 1990.

A lógica segue a linha de unir uma instituição em dificuldades com outra financeiramente sólida, como forma de reduzir riscos ao sistema financeiro nacional. No entanto, não há previsão de uso de recursos públicos por parte do Banco Central ou do Tesouro Nacional.

A possível entrada do BTG Pactual, somada à operação já anunciada com o BRB, pode resultar em uma divisão coordenada dos ativos do Banco Master entre os dois grupos, públicos e privados. O objetivo, segundo fontes envolvidas nas discussões, é evitar soluções mais drásticas, como intervenções diretas ou a ativação do Fundo Garantidor de Crédito.

A condução do processo envolve articulações entre representantes de diferentes esferas do sistema financeiro. A presença de Galípolo, Esteves e Costa nas reuniões desta semana sinaliza o avanço das tratativas e o interesse institucional em uma solução negociada que preserve a estabilidade do setor bancário.

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