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Empresas dos EUA pressionam Congresso por estratégia nacional de robótica em meio à concorrência com a China

Representantes de empresas de robótica dos Estados Unidos se reuniram com legisladores em Washington na quarta-feira, 27, para defender a criação de uma estratégia nacional para o setor. O grupo também propôs o estabelecimento de um escritório federal dedicado ao desenvolvimento da indústria, enquanto a China avança com políticas de incentivo e prioriza robôs inteligentes […]

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REPRODUÇÃO

Representantes de empresas de robótica dos Estados Unidos se reuniram com legisladores em Washington na quarta-feira, 27, para defender a criação de uma estratégia nacional para o setor.

O grupo também propôs o estabelecimento de um escritório federal dedicado ao desenvolvimento da indústria, enquanto a China avança com políticas de incentivo e prioriza robôs inteligentes como parte de sua agenda estratégica.

Entre as companhias participantes estavam a Tesla, a Boston Dynamics e a Agility Robotics, além da startup Apptronik, com sede em Austin, Texas.

Durante a reunião, os executivos apresentaram produtos e argumentaram que o país precisa de uma abordagem coordenada para manter a competitividade no cenário global, especialmente em um momento em que a inteligência artificial (IA) passa a integrar a nova geração de robôs.

Jeff Cardenas, cofundador e diretor executivo da Apptronik, relembrou que os Estados Unidos tiveram um papel pioneiro no desenvolvimento da robótica industrial.

Ele citou como exemplo a implantação do primeiro robô em uma linha de montagem da General Motors, em Nova Jersey, em 1961.

Segundo Cardenas, após esse início, os EUA perderam a liderança para o Japão, que hoje permanece entre os principais produtores mundiais, ao lado de países da Europa.

“A próxima corrida da robótica será movida por inteligência artificial e será ‘de qualquer um para vencer’”, disse Cardenas, em entrevista concedida após a reunião com os parlamentares.

“Acho que os EUA têm uma grande chance de vencer. Estamos liderando em IA e acho que estamos construindo alguns dos melhores robôs do mundo. Mas precisamos de uma estratégia nacional se quisermos continuar a construir e ficar à frente.”

A proposta foi endossada pela Association for Advancing Automation (A3), entidade que representa empresas do setor de automação e robótica. A associação defende que uma estratégia nacional é necessária para escalar a produção e ampliar a adoção de robôs em diferentes setores da economia.

A A3 também destacou que a China e outros países já implementaram políticas industriais específicas para o setor, colocando as empresas americanas em posição de desvantagem.

Segundo a entidade, o avanço da inteligência artificial torna os robôs uma “manifestação física” da tecnologia, o que torna ainda mais urgente o desenvolvimento de políticas públicas voltadas ao setor. A A3 argumenta que a ausência de um plano estratégico coloca em risco o papel dos Estados Unidos na liderança global da inovação em robótica.

O encontro com os legisladores faz parte de uma iniciativa maior do setor para convencer o Congresso e o governo federal da necessidade de investir em infraestrutura, pesquisa e apoio à fabricação doméstica.

Os representantes pedem, entre outros pontos, a criação de um escritório nacional de robótica com autoridade para coordenar ações entre agências federais, promover parcerias com universidades e oferecer incentivos financeiros para empresas do setor.

A pressão do setor ocorre em um contexto de aumento da concorrência internacional. A China, que já lidera em produção de robôs industriais, anunciou nos últimos anos programas voltados ao desenvolvimento de robôs inteligentes com integração a sistemas de inteligência artificial. Pequim também oferece subsídios, acesso a financiamento e políticas de compras públicas voltadas ao setor.

De acordo com dados da Federação Internacional de Robótica (IFR), a China respondeu por mais da metade de todas as novas instalações de robôs industriais no mundo em 2023. Os Estados Unidos ficaram atrás de Japão, Coreia do Sul e Alemanha.

Os executivos das empresas americanas afirmam que, sem um plano nacional, o país pode perder espaço em áreas estratégicas como manufatura avançada, logística, saúde e defesa. Além disso, argumentam que a adoção de robôs pode aumentar a produtividade e ajudar a enfrentar desafios demográficos, como o envelhecimento da força de trabalho.

A reunião com congressistas buscou sensibilizar parlamentares de ambos os partidos para a importância do tema. A expectativa do setor é que a discussão resulte em propostas legislativas ainda em 2025, com previsão de recursos no orçamento federal e a criação de mecanismos de coordenação entre governo e setor privado.

A ausência de uma estratégia nacional de robótica é vista pelos representantes do setor como um fator de risco para a liderança tecnológica dos Estados Unidos. Segundo Cardenas, a janela de oportunidade permanece aberta, mas exige ação imediata.

“Estamos em um ponto de inflexão. A questão agora é se vamos nos organizar e liderar, ou permitir que outros países definam os rumos dessa nova era tecnológica.”

Com informações da SCMP

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