Gigante asiático oficializa entrada no banco dos BRICS e amplia composição do NDB

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O governo da Indonésia confirmou nesta terça-feira, 25, sua adesão como membro pleno ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), instituição financeira criada pelos países fundadores do BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A decisão foi ratificada oficialmente por autoridades indonésias em Jacarta, consolidando a participação do país asiático no banco multilateral.

Com a adesão, a Indonésia torna-se o mais recente integrante da organização, que desde 2025 passou a aceitar novos membros.

Além do país do Sudeste Asiático, outros Estados já integravam o banco: Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos. O NDB, sediado em Xangai, tem como missão financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em economias emergentes e em desenvolvimento.

A presidente do banco, Dilma Rousseff, ex-chefe do Executivo brasileiro, esteve na capital indonésia para reuniões com autoridades locais.

Durante encontro com o presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, foram discutidas as diretrizes da participação do país na instituição financeira, bem como as possibilidades de cooperação bilateral no âmbito do banco.

Segundo informações divulgadas pelo governo da Indonésia, o presidente Prabowo manifestou interesse em utilizar os mecanismos oferecidos pelo NDB para apoiar políticas de desenvolvimento.

“Demonstramos nosso comprometimento em fortalecer o papel do NDB como parceiro estratégico para países em desenvolvimento”, afirmou o chefe de Estado durante a reunião com Dilma Rousseff.

O ingresso da Indonésia marca uma ampliação da atuação do NDB, que vem passando por um processo de expansão desde 2023. Com a entrada de novos membros, o banco amplia sua base de governança e diversifica sua atuação regional, com presença crescente na Ásia, África e Oriente Médio.

Criado formalmente em 2015, o Novo Banco de Desenvolvimento foi estabelecido pelos cinco países fundadores do BRICS como alternativa às instituições financeiras tradicionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.

A ideia era criar um mecanismo de financiamento multilateral voltado às necessidades específicas de países em desenvolvimento, com maior flexibilidade na formulação e execução de projetos.

Desde sua fundação, o NDB já aprovou dezenas de bilhões de dólares em financiamentos para projetos de infraestrutura, energia, transporte, recursos hídricos, digitalização e urbanização.

Com a nova composição, o banco reforça seu objetivo de se consolidar como instrumento de apoio financeiro para países que buscam ampliar sua capacidade de investimento público e privado.

A entrada da Indonésia ocorre em um momento de maior visibilidade do BRICS no cenário internacional. Juntos, os países do grupo representam aproximadamente 40% da população mundial e cerca de 37% do Produto Interno Bruto global, calculado com base na paridade de poder de compra.

Além dos países que já integram formalmente o NDB como membros plenos, outros Estados passaram a compor o bloco em categorias distintas.

Entre os países com status de associados estão Cuba, Bolívia, Bielorrússia, Cazaquistão, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão. Há expectativa de que novas adesões sejam confirmadas nas próximas rodadas de negociação, incluindo Nigéria, Turquia e Argélia, que manifestaram interesse formal em integrar a estrutura do BRICS ou do próprio banco.

O processo de expansão do NDB tem sido acompanhado de perto pelas lideranças dos países fundadores, que veem a ampliação como uma oportunidade para reforçar a representatividade de países do Sul Global nas instituições multilaterais.

A presidente Dilma Rousseff tem defendido a ampliação da base de membros como instrumento para garantir maior capilaridade às ações do banco e ampliar a influência do BRICS em mecanismos de governança financeira internacional.

A adesão da Indonésia também ocorre no contexto de maior integração econômica na região do Indo-Pacífico. O país possui uma das maiores economias emergentes da Ásia e tem buscado diversificar suas fontes de financiamento para infraestrutura e desenvolvimento industrial.

A participação no NDB é vista pelas autoridades locais como uma ferramenta adicional para alcançar metas nacionais de crescimento e sustentabilidade.

O Novo Banco de Desenvolvimento mantém representação regional em alguns dos países membros e planeja a abertura de novos escritórios à medida que a adesão de novos integrantes for consolidada.

Até o momento, o NDB já aprovou mais de 90 projetos com valor total superior a US$ 30 bilhões, distribuídos entre os países fundadores e novos membros.

A próxima assembleia anual do NDB está prevista para ocorrer no segundo semestre de 2025, com expectativa de anúncio de novos aportes financeiros, revisão de estatutos e eventual aprovação de novas candidaturas à condição de membro pleno.

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