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China desenvolve drone subaquático capaz de operar no ponto mais profundo da Terra

Pesquisadores chineses anunciaram o desenvolvimento de um drone subaquático projetado para operar nas profundezas da Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico. O equipamento, classificado como robô morfável, é capaz de atuar a mais de 10 mil metros de profundidade, local onde a pressão equivale a mil vezes a pressão atmosférica ao nível do mar. A […]

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REPRODUÇÃO

Pesquisadores chineses anunciaram o desenvolvimento de um drone subaquático projetado para operar nas profundezas da Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico.

O equipamento, classificado como robô morfável, é capaz de atuar a mais de 10 mil metros de profundidade, local onde a pressão equivale a mil vezes a pressão atmosférica ao nível do mar.

A inovação foi desenvolvida por cientistas da Universidade Beihang, em Pequim, e apresentada ao público em 20 de março, por meio de publicação no site da instituição.

Segundo os pesquisadores, o drone tem dimensões reduzidas e estrutura comparável ao tamanho de uma maleta, com capacidade para se movimentar por natação, deslizamento ou rastejamento no fundo oceânico.

De acordo com o professor Wen Li, pesquisador-chefe do projeto, “a uma profundidade de [10 km], a pressão (equivalente a 1.000 atmosferas) é como um robô suportando o peso de um iceberg”.

O equipamento foi projetado com tecnologia de atuadores metálicos inteligentes que convertem a pressão em propulsão.

Esses atuadores utilizam ligas com memória de forma (SMAs, na sigla em inglês), capazes de deformar-se e retornar à forma original sob determinadas condições térmicas e de pressão.

O robô, segundo os desenvolvedores, foi projetado com um atuador macio em escala centimétrica, selado em tubos.

O mecanismo é aplicado tanto na locomoção quanto na operação do braço robótico que permite ao equipamento realizar tarefas no fundo do mar, como coleta de amostras e manipulação de objetos.

A capacidade de operação em ambientes de pressão extrema diferencia o drone de outros submersíveis atualmente em uso.

Segundo os dados apresentados, o novo robô chinês pode alcançar profundidades de até 10.700 metros, superando o limite de operação dos veículos norte-americanos.

O principal exemplo é o Alvin, submersível operado pelos Estados Unidos desde a década de 1960, cuja profundidade máxima é de 6.500 metros.

O projeto foi publicado na revista científica Science Robotics na semana passada e é considerado um avanço no campo da robótica subaquática. A publicação destaca a relevância da tecnologia para missões de exploração científica e monitoramento em regiões oceânicas profundas, historicamente de difícil acesso.

A Fossa das Marianas, onde o robô foi testado, localiza-se no oeste do Oceano Pacífico, a leste da ilha de Guam. Trata-se do ponto mais profundo da superfície terrestre, com profundidade máxima estimada em 10.984 metros.

A região é considerada estratégica do ponto de vista científico e geopolítico, servindo como área de estudo para pesquisadores e como rota de interesse estratégico para algumas potências militares.

Em 2024, a China realizou 246 mergulhos em águas profundas com diferentes equipamentos, número superior ao de todas as demais nações somadas, segundo os dados divulgados pela equipe de pesquisa.

O número expressa o investimento contínuo do país em tecnologias oceânicas avançadas, como parte de sua estratégia de desenvolvimento científico e tecnológico.

O professor Wen Li e sua equipe afirmam que o robô morfável representa um novo estágio na engenharia de veículos subaquáticos.

O uso de SMAs como elemento funcional dos atuadores permite que o equipamento opere sem estruturas rígidas tradicionais, reduzindo o risco de falhas estruturais causadas pela pressão. A miniaturização dos componentes também contribui para ampliar a aplicabilidade do dispositivo em missões de longa duração.

A equipe não informou se o equipamento será utilizado para fins além da pesquisa científica. No entanto, a apresentação do robô reforça o avanço das capacidades chinesas em tecnologias de exploração oceânica e indica uma crescente diferença entre os investimentos de China e Estados Unidos nessa área.

Nos Estados Unidos, as operações em águas profundas continuam concentradas em veículos com tecnologia desenvolvida nas décadas anteriores.

O Alvin, principal submersível norte-americano, foi responsável por diversas missões históricas, incluindo a exploração dos destroços do Titanic. Apesar de atualizações recentes, o veículo não possui capacidade para alcançar profundidades superiores a 7 mil metros.

A nova geração de robôs subaquáticos chineses amplia o alcance de exploração das regiões mais inóspitas do planeta e poderá ser integrada a missões científicas de longo prazo.

Segundo os desenvolvedores, os próximos passos do projeto envolvem o aperfeiçoamento da mobilidade, da autonomia energética e da capacidade de análise in loco de amostras marinhas.

Ainda não há previsão de comercialização ou produção em larga escala. O desenvolvimento do robô foi financiado por agências de fomento à ciência da China e integra o programa nacional de pesquisa em tecnologia de ponta para o ambiente marinho.

Com informações da SCMP

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