O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira, 24, a imposição de uma tarifa de 25% sobre países que mantiverem importações de petróleo ou gás natural da Venezuela. A medida, divulgada por meio da plataforma Truth Social, está prevista para entrar em vigor em 2 de abril.
A decisão tem como objetivo ampliar a pressão econômica sobre o governo de Nicolás Maduro. Segundo o presidente norte-americano, “a Venezuela tem sido muito hostil aos Estados Unidos e às liberdades que defendemos”.
Trump também declarou que o governo venezuelano estaria “enviando dezenas de milhares de criminosos de alto nível” para o território norte-americano.
Entre os países potencialmente atingidos pela nova tarifa estão China, Espanha, Índia, Rússia, Singapura e Vietnã, que figuram entre os principais compradores de petróleo venezuelano.
Esses países, caso mantenham suas operações comerciais com a Venezuela no setor de energia, estarão sujeitos à cobrança adicional nas transações que envolvam entrada de petróleo ou gás venezuelano no mercado norte-americano.
A tarifa foi anunciada em um cenário de relações diplomáticas tensas entre Washington e Caracas. Desde o início de seu mandato, Trump adotou uma política de sanções econômicas contra o governo de Nicolás Maduro.
Em ações anteriores, o governo norte-americano já havia revogado autorizações específicas, como a licença concedida à petroleira Chevron para operar em território venezuelano.
A nova imposição tarifária representa uma intensificação nas medidas de restrição econômica aplicadas pelos Estados Unidos à Venezuela.
A estratégia tem como finalidade isolar economicamente o governo venezuelano e pressionar por mudanças na condução política do país.
Washington tem reiteradamente acusado o regime de Maduro de violar direitos políticos, promover repressão interna e manter alianças estratégicas consideradas adversárias pelos Estados Unidos.
Analistas de mercado apontam que a decisão pode gerar efeitos sobre a dinâmica global da indústria do petróleo. A tarifa pode levar países importadores a buscar alternativas de fornecimento, a fim de evitar custos adicionais.
Essa possível redistribuição da demanda pode gerar impacto nos preços internacionais da commodity, dependendo da magnitude da reação dos mercados e das estratégias adotadas pelos países afetados.
A medida anunciada também pode ter consequências diplomáticas, especialmente com nações que mantêm parcerias energéticas com a Venezuela.
A China e a Índia, por exemplo, têm acordos de fornecimento com o país sul-americano e podem avaliar ajustes em suas políticas de importação para lidar com a nova imposição tarifária. A reação oficial dos países afetados ainda não foi divulgada.
Desde o agravamento da crise política e econômica na Venezuela, os Estados Unidos têm buscado formas de reduzir o apoio internacional ao governo de Nicolás Maduro.
Além de sanções comerciais, o governo Trump apoiou oficialmente o ex-deputado Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela e incentivou países da América Latina e da Europa a fazerem o mesmo.
No entanto, mesmo com a adoção de medidas unilaterais e bloqueios financeiros, Maduro permanece no poder e continua a conduzir a política energética da Venezuela com foco em acordos bilaterais com países como Irã, Rússia e China.
As exportações de petróleo seguem sendo a principal fonte de receita do país, o que torna o setor um alvo central das sanções impostas por Washington.
A tarifa anunciada por Trump se insere nesse contexto de esforço por parte dos Estados Unidos para ampliar o cerco econômico ao regime de Caracas.
A iniciativa pretende atingir não apenas a Venezuela, mas também dissuadir parceiros comerciais de manterem relações com o governo de Maduro, sob o risco de penalizações econômicas por parte dos Estados Unidos.
A implementação da tarifa está prevista para ocorrer dentro de uma semana e meia, o que poderá acelerar movimentações diplomáticas e comerciais entre os países afetados. Até o momento, o governo venezuelano não se pronunciou oficialmente sobre a nova medida.
A continuidade da política externa norte-americana em relação à Venezuela deve permanecer como pauta relevante nas relações internacionais nos próximos meses, especialmente diante das possíveis reações dos países impactados e das consequências econômicas da tarifa sobre o comércio global de petróleo.
Com informações da Reuters