O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Mohamed bin Zayed Al Nahyan, conversaram por telefone para tratar da cooperação bilateral entre os dois países e reforçar a coordenação no âmbito da OPEP+.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira (data a ser adaptada conforme publicação) pelo serviço de imprensa do Kremlin.
De acordo com a nota oficial, os dois líderes avaliaram de forma positiva o atual estágio da parceria estratégica entre Rússia e Emirados Árabes Unidos e destacaram o interesse em ampliar os projetos conjuntos nos setores comercial, econômico e humanitário.
O Kremlin informou que os chefes de Estado também reafirmaram o compromisso de manter uma coordenação próxima no formato da OPEP+, grupo que reúne membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e países aliados, como a Rússia.
O bloco atua no monitoramento e ajuste da produção de petróleo, com o objetivo de influenciar os preços do mercado global da commodity.
“O presidente Vladimir Putin e o presidente Sheikh Mohamed bin Zayed Al Nahyan fizeram uma avaliação positiva do nível alcançado nas relações de parceria estratégica entre a Rússia e os Emirados Árabes Unidos e falaram a favor da implementação adicional de projetos mutuamente benéficos nas esferas comercial, econômica e humanitária”, informou o comunicado oficial.
O texto acrescenta que “uma coordenação estreita no formato OPEP+ também será mantida”.
A conversa ocorre em um momento de movimentação diplomática entre países produtores de petróleo e em meio à continuidade das negociações dentro do grupo OPEP+, que vem realizando ajustes periódicos nos volumes de produção como resposta às variações da demanda global e às tensões geopolíticas.
Nos últimos anos, os Emirados Árabes Unidos ampliaram sua presença em fóruns multilaterais ligados à energia, buscando equilibrar sua atuação como membro da OPEP e parceiro estratégico de diversos países produtores.
A Rússia, por sua vez, tem reforçado laços com países da região do Golfo como parte de sua política externa de diversificação de alianças econômicas e energéticas, especialmente após o aumento das sanções econômicas aplicadas por países ocidentais.
A parceria entre Rússia e Emirados Árabes inclui acordos de cooperação energética, investimentos bilaterais e iniciativas no campo tecnológico e logístico. Além disso, ambos os países têm mantido canais regulares de diálogo sobre temas relacionados ao equilíbrio de mercado no setor de hidrocarbonetos.
A OPEP+ desempenha papel central nas decisões que afetam o fornecimento global de petróleo. Nos últimos meses, o grupo realizou cortes coordenados na produção com o objetivo de sustentar os preços internacionais da commodity diante da desaceleração econômica em algumas regiões e da elevação dos estoques em países importadores.
A continuidade da coordenação entre os países do grupo é considerada fundamental para a previsibilidade dos mercados de energia. A aliança entre produtores OPEP e não OPEP, formalizada como OPEP+ em 2016, passou a atuar como fórum para decisões conjuntas de ajuste de produção, com foco na estabilidade de preços e previsibilidade para o setor.
A conversa entre Putin e bin Zayed também ocorre em um momento de reconfiguração das alianças econômicas globais, com destaque para o aumento do comércio bilateral entre Rússia e países do Oriente Médio, Ásia e África. As autoridades russas vêm buscando fortalecer essas relações diante da crescente restrição de acesso a mercados e tecnologias no Ocidente.
O governo russo tem ressaltado, em diferentes ocasiões, a importância da parceria com os Emirados Árabes como elemento estratégico para sua política de integração econômica em outras regiões.
A manutenção do diálogo com países produtores de petróleo no Golfo tem sido apontada por analistas como uma das estratégias centrais da diplomacia energética russa.
O Kremlin não divulgou detalhes adicionais sobre os projetos específicos em curso entre os dois países nem sobre possíveis decisões práticas relacionadas à OPEP+.
No entanto, fontes ligadas ao setor energético apontam que a conversa reforça o alinhamento entre Moscou e Abu Dhabi no cenário internacional do petróleo.
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