Menu

Orban detona política da UE e alerta para exclusão da Europa em acordos de paz sobre a guerra na Ucrânia

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, declarou nesta sexta-feira, 21, que a União Europeia corre o risco de ser excluída de futuras negociações de paz relacionadas à guerra na Ucrânia. As afirmações foram feitas durante entrevista à Rádio Kossuth e repercutidas pela emissora estatal russa RT. Segundo Orban, a postura adotada por Bruxelas em relação […]

sem comentários
Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News
Hungarian Prime Minister Viktor Orban gives his first international press conference after his FIDESZ party won the parliamentary election, in the Karmelita monastery housing the prime minister's office in Budapest on April 6, 2022. - A patriot to his supporters but an autocrat to his critics, Hungary's all-powerful premier Viktor Orban looks set to continue his transformative "illiberal" revolution after his Fidesz party won a fourth straight term in office on Sunday, April 3, 2022. (Photo by Attila KISBENEDEK / AFP)

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, declarou nesta sexta-feira, 21, que a União Europeia corre o risco de ser excluída de futuras negociações de paz relacionadas à guerra na Ucrânia. As afirmações foram feitas durante entrevista à Rádio Kossuth e repercutidas pela emissora estatal russa RT.

Segundo Orban, a postura adotada por Bruxelas em relação ao conflito contribui para o isolamento diplomático da União Europeia.

“Estou tentando encontrar uma palavra que não seja ofensiva, mas que descreva a situação com precisão. Talvez ‘à deriva’ seja o termo certo”, afirmou, ao comentar a atuação do bloco europeu diante do cenário de guerra.

O premiê húngaro argumentou que, enquanto os Estados Unidos já iniciam tratativas com Moscou e Kiev, a União Europeia mantém, segundo ele, uma linha de atuação que impede sua participação em futuros acordos. “Chegará o momento em que tudo já estará resolvido e Bruxelas sequer será necessária”, disse.

Orban afirmou que a diplomacia norte-americana passou a atuar de forma mais intensa após o início do novo mandato presidencial nos Estados Unidos, iniciado em 20 de janeiro. Segundo ele, o ex-presidente Donald Trump, que articula um retorno ao poder, iniciou uma ofensiva diplomática com o objetivo de encerrar as hostilidades.

O líder húngaro mencionou ainda declarações do enviado especial de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, segundo as quais um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia poderia ser alcançado em poucas semanas.

“Vai haver um acordo americano-ucraniano, um acordo americano-russo e até um acordo russo-ucraniano intermediado por eles [os EUA]”, afirmou Orban.

Durante a entrevista, o primeiro-ministro reiterou críticas à estratégia adotada pela União Europeia desde o início do conflito.

Para ele, a insistência em fornecer armamentos ao governo de Kiev e manter sanções contra Moscou compromete a atuação europeia na busca por uma solução política. “A UE estragou tudo ao insistir em uma linha de confronto”, declarou.

A Hungria se recusou, nesta semana, a assinar a declaração conjunta do Conselho Europeu sobre a guerra na Ucrânia. O documento reafirmava o apoio do bloco ao governo ucraniano e o compromisso com o fornecimento contínuo de armamentos. A decisão húngara marca mais um episódio de divergência entre Budapeste e os demais Estados-membros da UE.

Orban afirmou que alertou previamente sobre as consequências de manter uma política que, segundo ele, não considera alternativas de mediação.

“Se não mudássemos nossa posição pró-guerra e não começássemos a esboçar e defender uma postura europeia independente, acabaríamos exatamente na posição em que estamos agora: o futuro da Europa está sendo decidido sem nós”, disse.

A Hungria tem se posicionado de forma contrária à maioria das decisões adotadas pela União Europeia no contexto do conflito.

O governo húngaro já se manifestou contra sanções impostas à Rússia e defende a abertura de canais diplomáticos para negociação de um cessar-fogo. Segundo Orban, a escalada militar promovida por Bruxelas tem efeitos econômicos negativos sobre os próprios países europeus.

A posição húngara tem gerado impasses dentro do bloco. A recusa em assinar declarações conjuntas, somada às críticas à política de apoio militar à Ucrânia, isola Budapeste nas discussões internas da UE. Ainda assim, o governo de Orban mantém o discurso de que uma alternativa diplomática é necessária para o fim do conflito.

A União Europeia não respondeu oficialmente às declarações do primeiro-ministro da Hungria até o momento. As negociações no Conselho Europeu seguem sendo pautadas pelas decisões da maioria dos Estados-membros, que continuam a sustentar a posição de apoio ao governo de Kiev.

A guerra na Ucrânia entrou em seu terceiro ano, sem perspectiva imediata de resolução. A postura divergente da Hungria evidencia a dificuldade da União Europeia em manter consenso interno sobre as estratégias adotadas no conflito.

O avanço de negociações paralelas envolvendo os Estados Unidos e os países diretamente envolvidos levanta questionamentos sobre o papel da Europa nos desdobramentos diplomáticos futuros.

Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Comentários

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site O CAFEZINHO. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!


Leia mais

Recentes

Recentes