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O grande jogo da paz entre Washington e Moscou

Em meio à guerra, EUA e Rússia negociam na Arábia Saudita um cessar-fogo no Mar Negro, mas impasses sobre a Ucrânia podem travar o caminho para a paz duradoura Autoridades dos Estados Unidos e da Rússia iniciaram negociações nesta segunda-feira na Arábia Saudita com o objetivo de avançar rumo a um amplo cessar-fogo na Ucrânia, […]

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EUA e Rússia duelam por paz na sombra da guerra
EUA e Rússia falam sobre guerra na Ucrânia e visam cessar-fogo no Mar Negro / Reuters

Em meio à guerra, EUA e Rússia negociam na Arábia Saudita um cessar-fogo no Mar Negro, mas impasses sobre a Ucrânia podem travar o caminho para a paz duradoura


Autoridades dos Estados Unidos e da Rússia iniciaram negociações nesta segunda-feira na Arábia Saudita com o objetivo de avançar rumo a um amplo cessar-fogo na Ucrânia, enquanto Washington busca um acordo separado para uma trégua marítima no Mar Negro antes de fechar um entendimento mais abrangente. Segundo a Reuters, as conversas, que ocorrem após negociações entre EUA e Ucrânia no domingo no mesmo país, acontecem no momento em que o presidente americano Donald Trump intensifica seus esforços para encerrar o conflito de três anos. Na semana passada, ele conversou separadamente com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e com o líder russo, Vladimir Putin.

Detalhes das negociações

Uma fonte informada sobre os preparativos disse que a delegação americana é liderada por Andrew Peek, alto funcionário do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, e Michael Anton, alto oficial do Departamento de Estado.

A Casa Branca afirma que o objetivo imediato é estabelecer um cessar-fogo marítimo no Mar Negro para garantir a livre navegação, embora a região não tenha sido palco de operações militares intensas nos últimos meses.

A Rússia será representada por Grigory Karasin, ex-diplomata que agora preside o Comitê de Relações Exteriores do Senado russo, e por Sergei Beseda, assessor do diretor do FSB (serviço de inteligência que sucedeu a KGB soviética).

Posicionamentos

Trump, que frequentemente pede o fim da guerra, expressou satisfação com o andamento das negociações e elogiou o envolvimento de Putin até agora. No sábado, afirmou que os esforços para evitar uma escalada do conflito estão “de certa forma sob controle”.

Porém, há ceticismo entre potências europeias sobre se Putin está disposto a fazer concessões significativas ou se manterá suas demandas máximas – que, segundo elas, não mudaram desde a invasão em massa à Ucrânia em 2022.

O líder russo diz estar pronto para discutir paz, mas exige que a Ucrânia renuncie oficialmente à ambição de entrar na OTAN e retire tropas dos quatro territórios anexados pela Rússia (parcialmente ocupados).

Foco no Mar Negro

O conselheiro de segurança nacional americano, Mike Waltz, disse no domingo que as delegações dos EUA, Rússia e Ucrânia estão reunidas no mesmo local em Riad. Além da trégua no Mar Negro, as equipes discutirão:

  • A “linha de controle” entre os países
  • Medidas de verificação e manutenção da paz
  • O retorno de crianças ucranianas levadas pela Rússia

O Kremlin afirmou que as conversas visam “avaliar a implementação de uma iniciativa conhecida sobre segurança da navegação no Mar Negro”. A Turquia e a ONU mediram em 2022 o Acordo de Grãos do Mar Negro (que permitiu a exportação de 33 milhões de toneladas de cereais ucranianos durante a guerra), mas a Rússia abandonou o pacto em 2023, alegando obstáculos às suas exportações agrícolas – embora atualmente não enfrente dificuldades para escoar grãos pela região.

Preocupações e perspectivas

O ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, disse que as negociações com os EUA incluíram propostas para proteger infraestrutura energética e instalações críticas.

Já o enviado especial americano Steve Witkoff, que se reuniu com Putin em março, minimizou temores de aliados da OTAN de que um acordo possa encorajar a Rússia a invadir outros vizinhos:

  • “Não vejo Putin querendo dominar toda a Europa. É uma situação muito diferente da Segunda Guerra”, disse à Fox News.
  • Sobre o presidente russo, afirmou: “Acredito que ele quer paz”.

Enquanto isso, o desafio persiste: equilibrar a pressão por um fim imediato do conflito com as garantias necessárias para a segurança ucraniana e regional.

Com informações da Reuters*

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