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Governo da Groelândia revela pressão do governo Trump no país

O primeiro-ministro da Groenlândia, Mute B. Egede, criticou a visita da segunda-dama dos Estados Unidos, Usha Vance, que deve ocorrer na quinta-feira, 27, acompanhada por membros da administração do ex-presidente Donald Trump. A declaração foi publicada pelo jornal groenlandês Sermitsiaq e reproduzida pelo portal RT no domingo, 23. Egede classificou a visita como uma tentativa […]

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O primeiro-ministro da Groenlândia, Mute B. Egede, criticou a visita da segunda-dama dos Estados Unidos, Usha Vance, que deve ocorrer na quinta-feira, 27, acompanhada por membros da administração do ex-presidente Donald Trump. A declaração foi publicada pelo jornal groenlandês Sermitsiaq e reproduzida pelo portal RT no domingo, 23.

Egede classificou a visita como uma tentativa de influência externa sobre a ilha e afirmou que há pressão dos Estados Unidos na região. “Nossos aliados na comunidade internacional parecem querer se esconder num canto e sussurrar seu apoio, o que não surte nenhum efeito”, declarou o premiê ao Sermitsiaq.

A comitiva americana inclui o conselheiro de segurança nacional, Michael Waltz, e o secretário de energia, Chris Wright. A viagem ocorre em um momento em que a Groenlândia enfrenta negociações para a formação de um novo governo de coalizão.

O líder do partido Demokraatit, Jens-Frederik Nielsen, cuja legenda venceu as eleições parlamentares, considerou a visita uma interferência no processo político local.

A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, também comentou a visita. Segundo ela, qualquer cooperação entre os Estados Unidos e a Groenlândia deve respeitar as normas de soberania. O governo dinamarquês acompanha a movimentação americana no território, que formalmente pertence à Dinamarca, mas possui autonomia política.

De acordo com comunicado oficial, Usha Vance viajará acompanhada de seu filho e uma delegação para participar de eventos culturais e visitar locais históricos.

A programação inclui uma corrida de cães tradicional, com o objetivo de celebrar a cultura groenlandesa. Entretanto, membros da equipe de Trump manterão uma agenda paralela, que inclui uma visita à Base Espacial Pituffik, operada pelo Pentágono.

A viagem ocorre em meio a uma estratégia dos Estados Unidos de fortalecer sua presença no Ártico. A região é considerada geopoliticamente relevante, com potenciais reservas naturais e importância estratégica para operações militares.

Autoridades ligadas à campanha de Trump têm reforçado discursos sobre maior controle territorial por parte dos EUA em áreas de interesse estratégico.

Nos últimos meses, membros do governo americano questionaram publicamente a soberania de países como Canadá, Dinamarca e Panamá. Em fevereiro, o vice-presidente J.D. Vance afirmou que Copenhague “não tem sido um bom aliado” e fez críticas à administração da Groenlândia.

“Se os interesses americanos exigirem um maior envolvimento territorial na Groenlândia, é isso que o presidente Trump vai fazer, porque ele não se importa com o que os europeus gritam para nós”, declarou Vance.

A visita reforça as tensões diplomáticas entre Washington e Copenhague. Durante seu mandato, Trump chegou a sugerir publicamente a compra da Groenlândia, proposta rejeitada pelo governo dinamarquês na época. A presença da comitiva americana reacende debates sobre a autonomia do território e o papel dos EUA no Ártico.

A Casa Branca ainda não se manifestou sobre as declarações de Egede e Frederiksen. Autoridades groenlandesas e dinamarquesas seguem monitorando os desdobramentos da visita e seus impactos nas relações internacionais.

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