A geração de energia solar no Brasil alcançou 55 gigawatts (GW) de potência instalada operacional, segundo balanço divulgado nesta segunda-feira, 24, pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Do total, 1,6 GW foi incorporado ao sistema em 2025.
A maior parte da capacidade instalada corresponde à geração própria, com 37,6 GW provenientes de sistemas instalados em telhados, fachadas ou terrenos de aproximadamente cinco milhões de imóveis. A geração centralizada, composta por usinas solares de grande porte conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN), soma 17,6 GW.
Segundo a Absolar, a expansão da fonte solar evitou a emissão de aproximadamente 66,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO₂) na geração de eletricidade. A energia solar representa atualmente 22,2% da capacidade total instalada da matriz elétrica nacional, ocupando a segunda posição entre as fontes de geração.
Entre janeiro e março de 2025, mais de 147 mil novos sistemas solares foram instalados em unidades consumidoras, totalizando cerca de 228,7 mil imóveis abastecidos por geração própria.
Desde 2012, o setor fotovoltaico recebeu R$ 251,1 bilhões em investimentos e gerou mais de 1,6 milhão de empregos, além de contribuir com R$ 78 bilhões em arrecadação tributária.
A geração própria solar está presente em mais de 5,5 mil municípios brasileiros e em todas as unidades da federação. As usinas centralizadas também operam em todos os estados.
O levantamento da Absolar aponta que as residências representam 69,2% dos imóveis abastecidos por sistemas próprios de energia solar. Em seguida estão os estabelecimentos comerciais, com 18,4%, e as propriedades rurais, com 9,9%. Indústrias e prédios públicos completam o restante da distribuição.
Entre os estados, Minas Gerais lidera com mais de 900 mil imóveis com geração própria. São Paulo aparece na segunda posição, com 756 mil unidades, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 468 mil.
Apesar da expansão do setor, a Absolar aponta obstáculos ao crescimento da geração solar no país. A associação relata o cancelamento de projetos por distribuidoras e a ausência de ressarcimento aos empreendedores nos casos de cortes de geração renovável.
Outro ponto destacado pela entidade diz respeito às dificuldades para conexão de pequenos sistemas à rede elétrica. Segundo a Absolar, as distribuidoras têm utilizado a justificativa de inversão de fluxo de potência para negar novas conexões, sem apresentação de estudos técnicos que comprovem eventuais sobrecargas na infraestrutura existente.
A associação também defende a aprovação do projeto de lei que cria o Programa Renda Básica Energética (Rebe) e propõe alterações na Lei nº 14.300/2022, que estabeleceu o marco legal da microgeração e da minigeração distribuída no país.
No segmento das usinas centralizadas, a Absolar critica a falta de compensações por cortes de geração, regulados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Segundo a entidade, a atual regra compromete a segurança jurídica dos empreendimentos e eleva a percepção de risco por parte dos investidores.
A Absolar reforça que a ampliação da geração solar no país depende da estabilidade regulatória, da previsibilidade no ambiente de negócios e da integração da tecnologia ao planejamento energético nacional. A entidade também menciona a necessidade de aprimoramentos na gestão do sistema elétrico para absorver o crescimento da geração distribuída.
A próxima atualização da Absolar deve trazer novos dados sobre a evolução da capacidade instalada nos próximos trimestres e os impactos das medidas regulatórias em discussão no Congresso Nacional e nos órgãos setoriais.
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