Menu

Saiba como a China está atraindo acadêmicos do mundo inteiro com projeto audacioso

A criação de universidades privadas com financiamento de grandes empresários tem se consolidado como uma das estratégias do governo chinês para alcançar maior autossuficiência em setores de alta tecnologia. A Universidade Fuyao de Ciência e Tecnologia (FYUST), localizada em Fuzhou, é um dos exemplos mais recentes desse movimento, com a atração de docentes de alto […]

sem comentários
Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News
REPRODUÇÃO

A criação de universidades privadas com financiamento de grandes empresários tem se consolidado como uma das estratégias do governo chinês para alcançar maior autossuficiência em setores de alta tecnologia.

A Universidade Fuyao de Ciência e Tecnologia (FYUST), localizada em Fuzhou, é um dos exemplos mais recentes desse movimento, com a atração de docentes de alto nível acadêmico e atuação em áreas científicas estratégicas.

Fundada com uma doação de US$ 10 bilhões do empresário Cao Dewang, presidente do grupo Fuyao, fabricante de vidro automotivo, a FYUST iniciou neste ano suas atividades e já conta com um corpo docente composto por 302 professores.

Segundo informações divulgadas pela universidade, 71,2% dos docentes possuem experiência acadêmica ou profissional fora da China.

O vice-presidente da instituição, Xu Fei, informou à agência Xinhua que o quadro docente inclui 15 acadêmicos reconhecidos nacional e internacionalmente, além de 56 pesquisadores classificados entre os 2% mais relevantes globalmente em suas respectivas áreas de atuação.

Entre os campos científicos abrangidos pela universidade estão inteligência artificial, ciências biológicas e ciência dos materiais, considerados estratégicos para os planos de desenvolvimento tecnológico da China.

A FYUST tem contratado pesquisadores e docentes de países como Canadá, Reino Unido, Alemanha, Áustria e Japão. Entre os estrangeiros, os canadenses ocupam posição de destaque, segundo a universidade.

Os profissionais recrutados acumulam histórico acadêmico em instituições como Universidade de Cambridge (Reino Unido), Universidade de Toronto (Canadá), Universidade de Ulm (Alemanha) e Universidade de Tohoku (Japão).

De acordo com o site oficial da FYUST, parte dos professores integra instituições científicas internacionais como o Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE), a Royal Society do Reino Unido, a Canadian Academy of Engineering e a Japan Academy.

A expansão dessas instituições está alinhada às diretrizes traçadas pelo governo central para reduzir a dependência tecnológica externa e ampliar a capacidade de produção científica e inovação em território nacional.

Segundo analistas, o modelo de financiamento privado tem permitido a criação de centros acadêmicos com infraestrutura competitiva e autonomia para recrutar profissionais com experiência global.

Para Jean-Pierre Cabestan, professor do departamento de estudos governamentais e internacionais da Universidade Batista de Hong Kong, o recrutamento de cientistas estrangeiros pode ter impacto direto na redução da defasagem tecnológica em relação a países como Estados Unidos e membros da União Europeia.

“Se cientistas estrangeiros puderem trazer seus conhecimentos e patentes para a China, isso ajudará o país a diminuir a lacuna tecnológica com os Estados Unidos e a Europa”, afirmou Cabestan.

O avanço de instituições privadas com financiamento empresarial também representa uma mudança no perfil tradicional do ensino superior na China, historicamente dominado por universidades públicas controladas pelo Estado.

A diversificação das fontes de investimento tem sido estimulada em áreas consideradas prioritárias, especialmente no contexto da disputa por liderança em tecnologia de ponta.

A FYUST integra uma lista crescente de universidades fundadas ou financiadas por empresários chineses com atuação no setor industrial. A expectativa, segundo analistas, é que essas instituições se consolidem como polos de pesquisa com foco em inovação aplicada, com impacto direto sobre setores produtivos e cadeias industriais locais.

O processo de internacionalização do corpo docente é parte da estratégia dessas universidades para atrair talentos científicos e ampliar sua capacidade de pesquisa. A formação de redes de cooperação com instituições estrangeiras também está entre os objetivos declarados dos dirigentes universitários.

A presença de acadêmicos estrangeiros com histórico em universidades e centros de pesquisa reconhecidos internacionalmente pode ainda facilitar parcerias científicas e transferência de conhecimento.

Segundo informações da FYUST, o modelo de pesquisa adotado pela universidade inclui laboratórios interdisciplinares e programas de pós-graduação voltados à inovação tecnológica.

As autoridades educacionais da China têm apoiado iniciativas semelhantes em outras províncias, com a meta de fortalecer a produção científica nacional e fomentar a formação de recursos humanos em áreas consideradas estratégicas.

A iniciativa da Universidade Fuyao é vista por especialistas como um indicativo das prioridades atuais da política educacional e científica do país.

A expectativa é que nos próximos anos outras universidades financiadas pelo setor privado adotem modelos semelhantes, com ampliação do intercâmbio internacional e foco em ciência aplicada, contribuindo para a consolidação de um sistema de ensino superior com maior capacidade tecnológica e menor dependência externa.

Com informações da SCMP

Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Comentários

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site O CAFEZINHO. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!


Leia mais

Recentes

Recentes