O governo Trump irá revogar o status legal de centenas de milhares de migrantes latino-americanos e haitianos que foram acolhidos nos Estados Unidos por meio de um processo de patrocínio implementado durante a administração Biden. A administração agora pede que esses migrantes deixem o país voluntariamente ou enfrentem prisão e deportação por agentes migratórios.
A revogação de suas autorizações de trabalho e das proteções contra deportação, concedidas sob uma autoridade de imigração conhecida como “parole”, entrará em vigor no final de abril, 30 dias após 25 de março, conforme consta em um aviso publicado pelo governo federal.
A medida afetará imigrantes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela que chegaram aos EUA por meio de um programa do governo Biden conhecido como CHNV. O objetivo do programa era reduzir a imigração ilegal na fronteira entre os Estados Unidos e o México, oferecendo aos potenciais migrantes vias legais para imigração.
Um total de 532.000 migrantes ingressaram nos EUA sob essa política, que foi suspensa logo após a posse do presidente Trump. No entanto, ainda não está claro quantos conseguiram obter outro status que lhes permita permanecer legalmente no país.
A CBS News já havia noticiado no início de fevereiro que a administração Trump planejava revogar o status legal dos indivíduos que entraram nos EUA por meio do processo CHNV.
O Departamento de Segurança Interna (DHS) afirmou que irá buscar a prisão e deportação daqueles sujeitos à mudança de política, caso não deixem os EUA nos próximos 30 dias. As autoridades estão incentivando os migrantes a utilizarem o aplicativo de smartphone CBP Home, que foi reformulado para permitir o registro da deportação voluntária.
No entanto, o DHS ressaltou que mantém a autoridade para mirar migrantes que chegaram ao país por meio deste programa mesmo antes do término do prazo de 30 dias. Segundo as autoridades, terão prioridade para prisão os migrantes que não solicitaram outro benefício migratório, como asilo ou green card.
Em nota oficial, a porta-voz do DHS, Tricia McLaughlin, afirmou que os migrantes admitidos nos EUA pelo processo CHNV foram “superficialmente verificados” e argumentou que o programa prejudicava os trabalhadores americanos.
“A revogação dos programas de parole do CHNV, e a revogação do parole daqueles que o exploraram, representa um retorno a políticas de bom senso, um retorno à segurança pública e um retorno à política América em Primeiro Lugar”, declarou McLaughlin.
Autor: Camilo Montoya-Gálvez
Biografia: Repórter especializado em política migratória e temas de fronteira na CBS News.
Data de publicação: 21 de março de 2025
Fonte: CBS News
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