EUA propõem novo cessar-fogo em Gaza; Israel amplia ofensiva militar

REUTERS/Khaled Abdullah/

O grupo Hamas informou, nesta sexta-feira, 21, que está analisando uma proposta dos Estados Unidos para restabelecer o cessar-fogo na Faixa de Gaza. A iniciativa ocorre em meio à intensificação das operações militares de Israel no território palestino.

A proposta, apresentada pelo enviado especial norte-americano Steve Witkoff, busca prolongar a trégua até abril, englobando os períodos do Ramadã e da Páscoa, com o objetivo de criar condições para negociações sobre uma suspensão definitiva das hostilidades.

A proposta, apresentada pelo enviado especial norte-americano Steve Witkoff, busca prolongar a trégua até abril, englobando os períodos do Ramadã e da Páscoa, com o objetivo de criar condições para negociações sobre uma suspensão definitiva das hostilidades.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que as forças armadas estão ampliando os ataques aéreos, terrestres e navais, além de intensificar a retirada de civis para áreas ao sul da Faixa de Gaza. A declaração foi feita três dias após o governo israelense suspender a trégua que havia durado dois meses.

Katz reiterou que a operação militar continuará até que o Hamas liberte os reféns restantes e seja, segundo ele, completamente derrotado.

Nas últimas semanas, Israel realizou ataques que resultaram na morte de integrantes da liderança do Hamas, incluindo o chefe do governo local. No entanto, fontes palestinas e israelenses apontam que o grupo mantém capacidade de combate e controle territorial, apesar das perdas.

O Hamas informou que ainda avalia a proposta dos Estados Unidos, bem como outras alternativas em discussão, com o objetivo de alcançar um acordo que envolva a libertação de prisioneiros, o fim do conflito e a retirada completa das forças israelenses da região.

Uma autoridade palestina, sob condição de anonimato, afirmou à agência Reuters que o Egito também apresentou uma proposta de cessar-fogo, ainda sem resposta formal por parte do Hamas. O conteúdo da proposta não foi divulgado, mas, segundo a fonte, está sendo analisado.

Duas fontes de segurança egípcias informaram que o plano egípcio inclui um cronograma para a libertação dos reféns e um prazo para a retirada das tropas israelenses.

De acordo com essas fontes, os Estados Unidos indicaram apoio preliminar à iniciativa, e aguardavam as respostas oficiais de Hamas e Israel até esta sexta-feira.

A primeira fase do cessar-fogo terminou no início do mês, sem consenso entre Israel e Hamas sobre os termos de uma nova etapa. Com o impasse, os combates foram retomados, interrompendo também a entrega de ajuda humanitária ao enclave.

Com a retomada da ofensiva israelense, milhares de moradores voltaram a deixar suas casas. Na terça-feira (18), as Forças de Defesa de Israel lançaram uma nova operação aérea e terrestre, após suspenderem o envio de suprimentos à Faixa de Gaza.

Katz declarou que o Hamas continuará perdendo território enquanto mantiver os reféns sob seu controle. Segundo autoridades israelenses, 59 pessoas seguem em poder do grupo, das mais de 250 capturadas durante o ataque do dia 7 de outubro de 2023. Destas, 24 estariam vivas.

A nova ofensiva causou, na terça-feira, a morte de mais de 400 palestinos, de acordo com fontes locais, configurando um dos dias mais letais do conflito iniciado há 17 meses.

Nesta sexta-feira, pelo menos cinco pessoas, incluindo três crianças, morreram em um bombardeio no distrito de Tuffah, na Cidade de Gaza. Em Abassan, no sul do território, uma mulher e sua filha foram mortas por disparos de tanque, segundo informações de equipes médicas palestinas.

A situação humanitária na região segue deteriorando-se. A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) alertou que seus estoques de farinha devem durar apenas mais seis dias.

“Podemos reduzir a quantidade distribuída por pessoa, mas estamos falando de dias, não semanas”, afirmou Sam Rose, representante da agência, em entrevista a jornalistas realizada de forma virtual a partir da Faixa de Gaza.

A UNRWA relatou que a interrupção nas entregas de ajuda reverteu os avanços obtidos durante o período de cessar-fogo.

Segundo Rose, seis das 25 padarias apoiadas pelo Programa Mundial de Alimentos foram fechadas, e há registro de aumento no número de pessoas aguardando alimentos nas ruas. “Este é o período mais longo, desde outubro de 2023, sem entrada de suprimentos no território”, disse.

O bloqueio israelense também provocou aumento nos preços de alimentos e combustíveis, levando a população a racionar as refeições.

A guerra teve início em 7 de outubro de 2023, quando combatentes do Hamas realizaram um ataque em comunidades próximas à fronteira com Gaza, resultando na morte de 1.200 pessoas, segundo dados israelenses.

Desde então, mais de 49 mil palestinos morreram no conflito, de acordo com autoridades de saúde de Gaza. Grande parte da Faixa de Gaza foi destruída durante os confrontos.

Com informações da Reuters

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