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Cientistas japoneses descobrem tratamento para lesão na coluna usando células-tronco

Pesquisadores da Universidade Keio, em Tóquio, anunciaram nesta sexta-feira, 21, os primeiros resultados de um estudo clínico com uso de células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) em pacientes com lesão medular. De acordo com a instituição, dois dos quatro pacientes submetidos ao tratamento apresentaram melhora na função motora após a aplicação das células. O estudo tem como […]

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Pesquisadores da Universidade Keio, em Tóquio, anunciaram nesta sexta-feira, 21, os primeiros resultados de um estudo clínico com uso de células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) em pacientes com lesão medular.

De acordo com a instituição, dois dos quatro pacientes submetidos ao tratamento apresentaram melhora na função motora após a aplicação das células.

O estudo tem como objetivo principal avaliar a segurança da técnica, que consiste na implantação de células-tronco derivadas do tronco neural, obtidas a partir da reprogramação de células maduras. Segundo os pesquisadores, mais de dois milhões dessas células foram injetadas diretamente na medula espinhal dos pacientes.

Atualmente, não existe tratamento considerado eficaz para casos de paralisia provocada por lesões graves na medula espinhal. No Japão, mais de 150 mil pessoas vivem com esse tipo de condição, com cerca de 5 mil novos registros por ano.

As células iPS utilizadas no estudo são produzidas por meio da reprogramação de células adultas para um estado semelhante ao embrionário, com capacidade de se transformar em diversos tipos celulares.

No estudo conduzido pela equipe da Universidade Keio, essas células foram induzidas a se diferenciar em células do tronco neural, com o objetivo de favorecer a regeneração das áreas danificadas da medula.

A universidade informou que, ao longo do primeiro ano de acompanhamento, não foram observados efeitos adversos graves em nenhum dos quatro pacientes.

A avaliação preliminar da resposta clínica indicou que dois pacientes registraram melhora na pontuação da função motora, conforme critérios definidos pela equipe médica.

A pesquisa segue em andamento e novos acompanhamentos clínicos estão previstos para os próximos meses. O grupo de pesquisadores busca compreender com maior precisão os mecanismos de ação das células implantadas e seus efeitos sobre a recuperação funcional dos pacientes.

O estudo representa a primeira aplicação clínica do tipo utilizando células iPS para tratar lesões na medula espinhal.

A abordagem integra um conjunto de pesquisas voltadas ao uso de células-tronco na medicina regenerativa, campo em expansão nos últimos anos, especialmente no Japão, país pioneiro na aplicação clínica de tecnologias baseadas em reprogramação celular.

A equipe médica responsável pelo ensaio clínico informou que os dados obtidos nesta primeira etapa serão analisados para orientar as fases seguintes do estudo.

A intenção é verificar se os resultados observados nos dois pacientes poderão ser reproduzidos em uma amostra maior, com novos participantes.

A Universidade Keio não divulgou detalhes sobre o perfil dos pacientes que apresentaram melhora, nem sobre o grau de recuperação registrado, limitando-se a informar que houve evolução na pontuação de função motora medida antes e depois do procedimento.

O uso clínico de células iPS foi aprovado no Japão em 2014, após a regulamentação específica criada pelo governo para acelerar pesquisas com terapias regenerativas.

Desde então, diferentes estudos com aplicação de células reprogramadas vêm sendo desenvolvidos em áreas como oftalmologia, neurologia e ortopedia.

A pesquisa conduzida pela Keio está sob supervisão de órgãos reguladores e segue os protocolos de monitoramento estabelecidos pelas autoridades sanitárias. Os próximos passos incluem a expansão da amostra de pacientes e a avaliação de médio e longo prazo sobre os efeitos das células implantadas.

Além da função motora, outros parâmetros clínicos serão observados nas próximas etapas, como sensibilidade, controle autonômico e qualidade de vida dos pacientes. A equipe de pesquisa informou que também continuará monitorando possíveis reações adversas, mesmo em casos assintomáticos no primeiro ano.

A universidade reiterou que o objetivo central do estudo é verificar a segurança do procedimento, antes de qualquer afirmação sobre sua eficácia. A evolução clínica observada em dois dos quatro pacientes será tratada como dado preliminar, até que haja confirmação em análises mais amplas.

O estudo ainda não tem data definida para conclusão, mas os pesquisadores afirmaram que os resultados obtidos até o momento serão utilizados para fundamentar novos protocolos clínicos e ampliar o conhecimento sobre o uso terapêutico de células iPS em lesões da medula espinhal.

Com informações do SCMP

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