Autoridades dos Estados Unidos prenderam 18 cidadãos brasileiros durante uma operação contra uma organização criminosa transnacional envolvida com tráfico de armas e entorpecentes.
A ação, intitulada “Take Back America”, foi conduzida após um ano de investigações e identificou conexões diretas do grupo com o Primeiro Comando da Capital (PCC), além de vínculos com gangues locais.
A operação foi realizada em diversas cidades do estado de Massachusetts, incluindo Boston, Framingham, Malden e Marlborough.
De acordo com informações divulgadas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, os detidos desempenhavam funções variadas dentro da estrutura do grupo, como tráfico de drogas e distribuição ilegal de armamentos.
As autoridades informaram que, durante a operação, foram apreendidas 110 armas de fogo, munições e quantidades não especificadas de fentanil, substância sintética utilizada como entorpecente e considerada de alto risco.
A droga tem sido apontada pelas autoridades americanas como um dos principais vetores do aumento de overdoses no país.
Do total de brasileiros presos, 12 estavam em situação migratória irregular. As investigações indicaram que o grupo possuía relação com gangues atuantes em território norte-americano, entre elas a “Tropa de Sete” e a “Trem Bala”.
Segundo o Departamento de Justiça, essas conexões viabilizavam a logística da distribuição de drogas e o comércio ilegal de armas em diferentes regiões do estado.
A promotora federal Leah Foley afirmou que os acusados faziam parte de uma rede estruturada com presença em comunidades locais. “Esses indivíduos participaram de uma organização criminosa que se infiltrou em comunidades americanas”, declarou.
A diretora interina da Imigração e Alfândega dos Estados Unidos, Patricia Hyde, também se pronunciou sobre a operação. Segundo ela, a atuação do grupo representava uma ameaça direta à segurança pública. “A operação desmantelou uma rede criminosa com vínculos internacionais que operava dentro do território norte-americano”, disse.
As acusações contra os presos envolvem tráfico de armas, tráfico de drogas, associação criminosa e violação das leis migratórias. As penas previstas incluem até 15 anos de prisão e multas que podem alcançar US$ 250 mil por acusado. Após o cumprimento das penas, os detidos deverão ser submetidos a processos de deportação.
As investigações foram conduzidas por uma força-tarefa composta por agentes do Departamento de Justiça, da Imigração e Alfândega, da Polícia Federal norte-americana (FBI) e de departamentos de segurança pública locais. As ações de vigilância, interceptações e mapeamento de redes de contatos ocorreram ao longo de 12 meses.
O Departamento de Justiça informou que o grupo operava de forma segmentada, com divisão de tarefas entre fornecedores, intermediários e distribuidores. As armas apreendidas incluem pistolas, rifles e armas de uso restrito, além de carregadores e outros acessórios. Parte do armamento estava registrado com numeração adulterada ou suprimida.
A origem do fentanil apreendido ainda está sob apuração. A droga tem sido amplamente rastreada pelas autoridades dos Estados Unidos por sua relação com rotas de tráfico internacional, incluindo a entrada por fronteiras terrestres e marítimas. A substância possui alto grau de concentração e, segundo as autoridades, pequenas quantidades são suficientes para provocar mortes por overdose.
Além das prisões, foram executados mandados de busca em residências e estabelecimentos comerciais vinculados ao grupo. Os agentes apreenderam documentos, equipamentos eletrônicos, quantias em dinheiro e registros que devem subsidiar novas etapas da investigação.
As autoridades locais destacaram que a operação foi articulada com base em monitoramento de atividades suspeitas, denúncias anônimas e compartilhamento de dados entre órgãos de segurança. A força-tarefa continuará em atividade para identificar outros integrantes e eventuais ramificações da organização.
O governo dos Estados Unidos reforçou que o combate a organizações criminosas transnacionais permanece entre as prioridades da política de segurança pública. Segundo o Departamento de Justiça, ações integradas com órgãos internacionais têm sido intensificadas para interromper o fluxo de armas e drogas no país.
Até o momento, os nomes dos detidos não foram divulgados oficialmente. O Departamento de Justiça informou que os processos judiciais seguirão trâmites regulares, com apresentação formal de acusações perante cortes federais. A defesa dos acusados será garantida conforme as normas legais aplicáveis no sistema judicial norte-americano.
A operação “Take Back America” será mantida em andamento com foco em novos alvos e possíveis conexões da rede desarticulada. As autoridades não descartam novas prisões nos próximos meses.
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