Forças aéreas dos Estados Unidos realizaram novos ataques no território iemenita nesta sexta-feira, 21, atingindo alvos em duas províncias do país, segundo informações de correspondentes locais.
Os bombardeios ocorreram nos distritos de At Tuhayta, localizado na província de Hodeidah, no sudoeste do Iêmen, e Al Asayid, na província de Saada, ao norte.
De acordo com o canal Al Mayadeen, os ataques fazem parte de uma série de ações militares coordenadas por Washington, que tem intensificado sua presença aérea na região desde o início da semana. Os alvos incluíram áreas consideradas estratégicas, próximas a zonas administrativas e centros populacionais.
Na noite de quarta-feira, 19, aviões de guerra norte-americanos realizaram bombardeios contra a capital Sanaa e outras duas províncias: Saada e al-Bayda. Relatos indicam que os ataques em Sanaa atingiram áreas próximas ao Ministério das Comunicações e à Autoridade Postal, no setor norte da capital.
Segundo o correspondente da Al Mayadeen, em al-Bayda os ataques foram direcionados ao distrito de al-Sawadiyah. Já em Saada, os bombardeios atingiram áreas nas proximidades da cidade, sem especificação detalhada sobre os alvos.
A agência de notícias estatal iemenita SABA informou que um dos bombardeios no distrito de al-Thawra, no norte de Sanaa, atingiu uma construção inacabada destinada a eventos, localizada em um bairro residencial. Ainda não há informações sobre vítimas ou danos colaterais.
Os ataques mais recentes ocorrem após uma ofensiva realizada pelos Estados Unidos na última terça-feira (18), que teve como alvos as províncias de Hajjah e Saada, no norte e noroeste do território iemenita.
A intensificação das ações militares acontece após declarações do líder do movimento Ansar Allah, Sayyed Abdul Malik al-Houthi, que reiterou o posicionamento das forças armadas iemenitas em apoio à causa palestina. Em discurso, o líder afirmou que “vocês não estão sozinhos”, dirigindo-se à população da Faixa de Gaza.
Desde o início da campanha militar liderada por Washington, o governo dos Estados Unidos tem justificado as ações como resposta a ataques realizados por grupos armados no Iêmen contra interesses norte-americanos e aliados na região.
A escalada de ataques ocorre paralelamente ao anúncio de novas medidas por parte das forças armadas iemenitas, que retomaram o bloqueio a embarcações associadas a Israel.
O bloqueio inclui navios com vínculos diretos ou indiretos com Israel que transitam pelo Mar Vermelho, Mar Arábico, Estreito de Bab al-Mandeb e Golfo de Áden.
Após sucessivos ataques contra o território iemenita, embarcações dos Estados Unidos também passaram a ser incluídas na lista de alvos das forças iemenitas, ampliando o escopo das operações no setor marítimo.
As ações do movimento Ansar Allah têm sido apontadas como parte de uma estratégia de pressão sobre a presença militar estrangeira na região.
A postura adotada pelo grupo inclui operações navais e restrições ao tráfego marítimo de embarcações comerciais e militares ligadas a nações consideradas adversárias.
Especialistas em segurança regional têm avaliado que a escalada no conflito entre Estados Unidos e forças iemenitas pode ter impactos diretos nas rotas comerciais e na segurança marítima internacional, especialmente nas zonas de navegação do Mar Vermelho, por onde transita parte significativa do comércio global.
Até o momento, o governo norte-americano não apresentou novos comunicados oficiais detalhando os objetivos das operações aéreas mais recentes. Também não foram divulgadas informações sobre avaliações de danos, vítimas civis ou militares, ou planos para a continuidade das ações.
As autoridades iemenitas, por sua vez, têm denunciado os ataques como ações unilaterais e sem respaldo internacional. Representantes do movimento Ansar Allah classificam a ofensiva como tentativa de contenção da atuação do país no apoio a movimentos da resistência palestina.
A continuidade dos bombardeios eleva a tensão na região e amplia o risco de expansão do conflito em múltiplas frentes. A presença militar dos Estados Unidos no Mar Vermelho e áreas adjacentes segue sendo contestada por lideranças locais, enquanto o governo norte-americano mantém a justificativa de proteção de suas rotas marítimas e aliados estratégicos.
Organizações internacionais ainda não se manifestaram sobre os desdobramentos dos ataques desta semana. Não há confirmação oficial sobre iniciativas de mediação ou tentativas de cessar-fogo no curto prazo.
A situação permanece instável, com possibilidade de novos confrontos nos próximos dias, à medida que ambos os lados mantêm posicionamentos de escalada militar e endurecimento das ações na região.
Com informações da Reuters
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