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Disparada no preço dos ovos nos EUA impulsiona contrabando do alimento

O aumento nos preços dos ovos nos Estados Unidos tem provocado um crescimento nas apreensões de produtos contrabandeados nas fronteiras com o México e o Canadá, segundo dados da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP, na sigla em inglês). A elevação dos casos de transporte irregular está associada à tentativa de consumidores de […]

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O aumento nos preços dos ovos nos Estados Unidos tem provocado um crescimento nas apreensões de produtos contrabandeados nas fronteiras com o México e o Canadá, segundo dados da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP, na sigla em inglês).

A elevação dos casos de transporte irregular está associada à tentativa de consumidores de driblar a inflação e adquirir o produto a preços mais baixos no mercado informal.

Dados da CBP indicam que as tentativas de entrada ilegal de ovos no país cresceram 36% no atual ano fiscal. Em áreas específicas do Texas, esse percentual chegou a 54%. Em San Diego, na Califórnia, o número de casos mais que dobrou.

O principal motivo é a diferença de preços entre os países. Em fevereiro, a dúzia de ovos grandes nos Estados Unidos alcançou o valor médio de US$ 5,90, quase o dobro do registrado no mesmo período do ano anterior.

Já em cidades mexicanas próximas à fronteira, a mesma quantidade é vendida por menos de US$ 2, tornando-se uma opção para consumidores que buscam reduzir custos.

A disparada nos preços está relacionada à crise sanitária decorrente do surto de gripe aviária, que desde 2022 levou ao abate de mais de 166 milhões de aves nos Estados Unidos. A redução da oferta impactou diretamente o mercado e pressionou os preços.

Em resposta, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) proibiu a entrada de ovos não inspecionados, alegando risco de contaminação e disseminação de doenças por produtos sem controle sanitário.

Mesmo com a proibição, consumidores continuam cruzando a fronteira com caixas de ovos para consumo próprio. De acordo com relatos de agentes da CBP citados pelo Wall Street Journal, “a maioria das pessoas simplesmente não sabe que é proibido trazer ovos do México ou do Canadá”.

Em El Paso, por exemplo, foram registradas 90 tentativas de entrada irregular de ovos, com aplicação de multas de até US$ 300 para infratores que não reincidem. Todos os produtos apreendidos são incinerados por medida de segurança sanitária.

Um caso recente chamou a atenção das autoridades: 100 mil ovos orgânicos foram furtados em uma instalação próxima à fronteira entre os estados da Pensilvânia e Maryland. A ocorrência está sendo investigada por autoridades locais.

O governo dos Estados Unidos anunciou medidas para mitigar os efeitos da crise. O Usda informou que pretende investir até US$ 1 bilhão no enfrentamento da alta nos custos dos ovos, dos quais metade será destinada ao reforço de biossegurança nas granjas.

A secretária de Agricultura, Brooke Rollins, também afirmou que o governo estuda ampliar as importações de ovos inspecionados, com o objetivo de equilibrar a oferta no mercado interno.

Enquanto isso, países produtores têm ampliado sua participação no mercado global. O Brasil, tradicionalmente focado no consumo doméstico, elevou suas exportações diante do aumento da demanda internacional.

Nos dois primeiros meses do ano, o país embarcou 4.884 toneladas de ovos, crescimento de 38,2% em comparação com o mesmo período de 2024, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Somente em fevereiro, foram exportadas 2.527 toneladas, alta de 57,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Os principais destinos foram os Emirados Árabes Unidos e os próprios Estados Unidos, que importaram mais de 500 toneladas cada.

Apesar do crescimento das exportações, o Brasil também registra aumento nos preços internos. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o preço dos ovos subiu 15,39% no mês passado. No entanto, o país ainda mantém estabilidade na oferta e não enfrenta, até o momento, riscos de desabastecimento.

As autoridades norte-americanas acompanham a situação nas fronteiras e avaliam novas ações para conter o aumento do contrabando. O cenário inflacionário no setor de alimentos segue como um dos principais desafios para a política econômica e de segurança alimentar nos Estados Unidos.

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