O jornal The New York Times publicou nesta quinta-feira, 20, reportagem sobre a existência de um documento ultrassecreto do governo dos Estados Unidos, que detalharia estratégias militares em caso de conflito com a China. O conteúdo, segundo o veículo, inclui planos de defesa e possíveis alvos chineses.
Após a divulgação da reportagem, o presidente Donald Trump negou as informações. Em publicação na rede social Truth Social, declarou: “A China não será mencionada ou discutida”, classificando a reportagem como falsa.
De acordo com a apuração do The New York Times, o plano integra documentos confidenciais elaborados pelas Forças Armadas norte-americanas para eventual cenário de confronto entre os dois países. O conteúdo abordaria estratégias de proteção interna e operações ofensivas em resposta a ameaças.
Os Estados Unidos e a China mantêm, atualmente, uma disputa comercial. O governo Trump impôs tarifas a produtos chineses como parte de uma política de incentivo à produção nacional. Em reação, o governo chinês estabeleceu medidas similares sobre produtos norte-americanos.
Apesar do ambiente de tensões econômicas, não há indicações oficiais de movimentações militares por parte dos dois países.
Segundo fontes consultadas pelo The New York Times, o empresário Elon Musk deverá ter acesso ao conteúdo do plano ultrassecreto durante visita ao Pentágono nesta sexta-feirA, 21.
Duas autoridades informaram ao jornal que Musk receberá um relatório reservado contendo informações sobre estratégias militares e projeções de cenários envolvendo a China.
O relatório teria entre 20 e 30 slides com detalhamentos sobre possíveis alvos chineses e respostas operacionais dos Estados Unidos em caso de escalada de ameaças. Os responsáveis pela elaboração do plano não foram identificados, e não há confirmação oficial sobre o conteúdo completo do material.
A publicação do The New York Times afirma que o acesso de Musk a esse tipo de informação representa uma ampliação significativa de sua participação em assuntos do governo norte-americano. O empresário, segundo fontes do jornal, teria se tornado um elemento estratégico na estrutura de decisões do segundo mandato do presidente Trump.
Atualmente, Elon Musk lidera o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), criado como parte de uma reorganização administrativa promovida no início do atual governo. O cargo, com status equivalente ao de secretário, tem atribuições voltadas à revisão de políticas públicas e gestão de contratos e projetos federais.
A reportagem destaca ainda que membros do governo e especialistas em segurança expressaram preocupação sobre um possível conflito de interesses, dado o envolvimento comercial de Musk com empresas chinesas e a presença de suas atividades empresariais naquele país.
A situação levanta questionamentos sobre a confidencialidade de informações estratégicas e o uso de dados sensíveis por atores com interesses empresariais no exterior.
O The New York Times citou fontes próximas ao Departamento de Defesa, que não confirmaram oficialmente o conteúdo do plano, mas reconhecem a existência de estudos de cenários para confrontos com diversas nações, prática comum em estruturas militares.
O porta-voz do Departamento de Defesa, Sean Parnell, confirmou a visita de Elon Musk ao Pentágono. Em nota enviada ao jornal, afirmou que o órgão está “animado para receber Musk” nesta sexta-feira. A agenda oficial da visita, no entanto, não foi divulgada publicamente até o momento.
O conteúdo do suposto plano, conforme relatado, não foi disponibilizado ao público. Também não há confirmação se o material faz parte de documentos rotineiros de planejamento estratégico ou se foi elaborado especificamente em função das atuais tensões comerciais entre Estados Unidos e China.
O governo norte-americano mantém práticas de elaboração de cenários prospectivos para diferentes contextos geopolíticos, incluindo situações de guerra, ataques cibernéticos ou ameaças de armas de destruição em massa. Esses documentos não costumam ser divulgados, mesmo sob regimes de transparência.
A possibilidade de compartilhamento de documentos reservados com representantes externos ao governo, como empresários, tem sido alvo de discussões em ambientes políticos e institucionais.
Parlamentares da oposição anunciaram que pretendem solicitar esclarecimentos sobre o papel de Musk e os critérios adotados para seu acesso a informações de caráter sigiloso.
Até o momento, não houve manifestação oficial por parte da China sobre o conteúdo da reportagem. A embaixada chinesa em Washington não se pronunciou.
O Departamento de Defesa também não confirmou se o plano mencionado será formalmente apresentado a Elon Musk nem se haverá compartilhamento de material físico. A visita ao Pentágono permanece agendada, com expectativa de reuniões com integrantes da equipe de segurança nacional.
A reportagem do The New York Times repercutiu em veículos de imprensa internacionais e provocou reações em setores do Congresso norte-americano. Integrantes do Comitê de Serviços Armados da Câmara dos Representantes informaram que pretendem acompanhar o caso e avaliar se houve quebra de protocolo de segurança institucional.
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