Menu

Haddad segue culpando Campos Neto pela alta nos juros do BC sob Galípolo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quinta-feira, 20, que a elevação da taxa básica de juros, a Selic, é resultado de decisões tomadas sob a presidência de Roberto Campos Neto no Banco Central. A afirmação foi feita um dia após o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciar o aumento de um ponto percentual […]

sem comentários
Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News
AGÊNCIA BRASIL

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quinta-feira, 20, que a elevação da taxa básica de juros, a Selic, é resultado de decisões tomadas sob a presidência de Roberto Campos Neto no Banco Central.

A afirmação foi feita um dia após o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciar o aumento de um ponto percentual na taxa, elevando-a para 14,25% ao ano, o maior nível desde 2016. As declarações foram publicadas pelo portal g1.

“Penso que esse aumento estava contratado pela última reunião do Copom do ano passado. Ainda sob a presidência do antigo presidente do BC, nomeado pelo Bolsonaro, você ‘contratou’ três aumentos bastante pesados na Selic, na última reunião do ano passado”, afirmou Haddad.

O ministro disse que a condução da política monetária atual está condicionada às decisões tomadas anteriormente e que mudanças imediatas não são viáveis.

“Você não pode na presidência do BC dar um cavalo de pau depois que assumiu, é uma coisa muito delicada. Novo presidente e diretores têm uma herança a administrar, assim como eu tinha uma herança a administrar depois de Paulo Guedes”, afirmou.

A declaração ocorre após o primeiro aumento da Selic sob a presidência de Gabriel Galípolo, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A expectativa do mercado era de uma possível desaceleração no ritmo de alta dos juros, mas a decisão do Copom manteve a linha adotada anteriormente.

O Comitê de Política Monetária justificou a elevação da taxa com base na necessidade de conter as pressões inflacionárias. A decisão foi tomada em meio à persistência de indicadores que apontam resistência nos núcleos da inflação e risco de desancoragem das expectativas para os próximos anos.

Haddad destacou que a equipe técnica do Banco Central tem qualificação para enfrentar os desafios, mas ressaltou que os membros da instituição estão operando em um contexto herdado.

“Os técnicos do BC são qualificados, vão fazer e buscar o melhor pelo país. Mas têm um trabalho a fazer, o Executivo também tem trabalho a fazer, marco fiscal a cumprir”, afirmou.

O ministro reiterou que o governo federal manterá o compromisso com os objetivos estabelecidos para o ano, incluindo a execução das metas fiscais.

“Vamos esse ano cumprir os nossos compromissos de meta. E o BC tem a meta de inflação também, assim como eu tenho a meta fiscal a cumprir. São metas sempre exigentes, mas que temos de buscar”, declarou.

A decisão do Copom foi dividida. Cinco dos nove integrantes votaram a favor do aumento de um ponto percentual, enquanto quatro defenderam uma elevação de 0,75 ponto percentual. Essa divisão indica diferentes interpretações sobre o cenário econômico entre os membros do colegiado.

O Banco Central informou, em comunicado, que a medida visa alinhar a política monetária aos objetivos de controle inflacionário diante do cenário doméstico e internacional. A autoridade monetária avaliou que os estímulos fiscais, combinados com a dinâmica de preços administrados e incertezas externas, justificam uma postura mais cautelosa.

A taxa Selic é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação. Com o novo aumento, o nível de juros volta ao patamar registrado no segundo semestre de 2016, quando a taxa também alcançou 14,25% ao ano. Desde então, a política monetária passou por ciclos de afrouxamento e aperto, acompanhando a evolução das variáveis macroeconômicas.

O governo federal tem defendido uma atuação coordenada entre política fiscal e política monetária, com o objetivo de garantir estabilidade econômica. O Ministério da Fazenda reafirmou a meta de déficit primário zero em 2025 e o cumprimento das diretrizes estabelecidas no novo arcabouço fiscal aprovado pelo Congresso Nacional no ano anterior.

A relação entre a Fazenda e o Banco Central tem sido tema recorrente de debates públicos. Enquanto o Executivo enfatiza a necessidade de estímulo ao crescimento econômico, a autoridade monetária sustenta que a manutenção da taxa de juros em níveis elevados é necessária para conter a inflação e preservar a credibilidade das metas estabelecidas.

Haddad não mencionou mudanças imediatas na política fiscal ou alterações nas projeções do governo para os próximos meses. A orientação do Ministério da Fazenda permanece centrada no cumprimento das metas e na execução das políticas já estabelecidas.

A próxima reunião do Copom está prevista para o fim de maio. Até lá, o Banco Central deverá acompanhar os desdobramentos da economia interna e do cenário internacional, além da evolução dos índices de preços e da atividade econômica.

O comportamento da taxa Selic continuará a ser monitorado por agentes do mercado, instituições financeiras e setores da economia, que avaliam os impactos das decisões monetárias sobre o crédito, o consumo e o investimento.

Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Comentários

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site O CAFEZINHO. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!


Leia mais

Recentes

Recentes