EUA sinalizam assumir operação de usinas nucleares na Ucrânia em meio a negociações de cessar-fogo

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O secretário de Energia dos Estados Unidos, Chris Wright, afirmou nesta quarta-feira, 19, que o país está tecnicamente preparado para assumir a operação das usinas nucleares da Ucrânia, caso essa medida seja considerada útil no contexto das negociações para encerrar o conflito no país. A declaração foi feita durante entrevista à emissora Fox News.

“Temos imensa experiência técnica nos Estados Unidos para operar essas usinas. Se fosse útil atingir este fim [resolver o conflito na Ucrânia], eles teriam os EUA operando usinas nucleares na Ucrânia. Sem problemas. Podemos fazer isso”, declarou Wright.

Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ao presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, que a eventual transferência da propriedade da infraestrutura energética ucraniana para os Estados Unidos garantiria maior proteção ao sistema elétrico e às usinas nucleares.

Segundo Trump, essa medida não exigiria a presença de tropas americanas em território ucraniano.

A proposta está sendo discutida no contexto das negociações para um cessar-fogo no conflito entre Ucrânia e Rússia.

De acordo com a Casa Branca, os detalhes do acordo deverão ser tratados no próximo domingo, 23, durante encontro na Arábia Saudita. A delegação dos Estados Unidos será liderada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, e pelo conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz.

Na terça-feira, 18, Trump e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, realizaram uma conversa por telefone com duração de quase duas horas. Foi o diálogo mais longo entre os dois líderes desde a retomada do contato direto entre os governos dos dois países.

A situação na Ucrânia e os avanços nas negociações para o cessar-fogo foram os principais temas da conversa, segundo informações da presidência norte-americana.

Na semana anterior, no dia 11, representantes dos governos dos Estados Unidos e da Ucrânia se reuniram também na Arábia Saudita para discutir a possibilidade de um cessar-fogo de trinta dias. A proposta está sendo tratada como uma etapa preliminar para um acordo mais amplo de fim das hostilidades.

Trump tem declarado em diferentes ocasiões que considera improvável que a Ucrânia recupere integralmente os territórios controlados atualmente por forças russas.

O presidente norte-americano defende a construção de um acordo baseado em concessões de ambas as partes.

No domingo, 16, Mike Waltz afirmou que a resolução do conflito implicará, segundo sua avaliação, a renúncia de áreas territoriais por parte da Ucrânia como parte do entendimento a ser negociado.

As discussões em torno da possível gestão norte-americana da infraestrutura nuclear ucraniana ocorrem paralelamente às negociações diplomáticas.

A proposta foi apresentada como uma alternativa para garantir a segurança das instalações sem a necessidade de presença militar estrangeira no território. Não há, até o momento, detalhamento técnico ou jurídico sobre os termos dessa eventual transferência de controle.

A Rússia ainda não se pronunciou oficialmente sobre a proposta mencionada por Trump e Wright. Tampouco houve manifestação do governo ucraniano sobre a possibilidade de ceder a gestão ou a propriedade das usinas a outro país.

O controle da infraestrutura energética da Ucrânia tem sido um dos pontos sensíveis ao longo do conflito. Desde o início da guerra, ataques a instalações elétricas e nucleares foram registrados em diferentes regiões, com impacto no abastecimento e riscos à segurança. As usinas nucleares estão entre os principais ativos estratégicos da Ucrânia e têm sido alvo de preocupação por parte de organismos internacionais.

A eventual participação dos Estados Unidos na operação dessas instalações poderá ser tema de debate entre os países envolvidos nas tratativas diplomáticas. Representantes da Casa Branca não especificaram se a proposta será formalmente incluída nos documentos que serão apresentados na rodada de negociações de domingo.

A reunião na Arábia Saudita contará com representantes de outros países observadores, mas ainda não há confirmação oficial sobre a presença de delegações europeias ou da Organização das Nações Unidas.

A guerra na Ucrânia completou mais de dois anos e permanece sem uma resolução definitiva. As negociações em curso indicam um possível avanço diplomático, embora não haja consenso entre as partes sobre os termos finais de um eventual acordo de paz.

Com informações da Sputnik

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