A Petrobras confirmou, no último dia 12 de março, a perfuração de novos poços na Colômbia, em uma reserva de gás natural com potencial estimado em 6 trilhões de pés cúbicos (TCF). O anúncio foi feito pela diretora de Exploração e Produção da companhia, Sylvia Anjos.
O projeto, localizado na Bacia de Guajira, no Mar do Caribe, é conduzido em parceria com a estatal colombiana Ecopetrol e pode garantir o abastecimento energético do país pelos próximos dez anos.
O plano operacional prevê a utilização de um sistema de escoamento direto para terra firme (subsea to shore), sem necessidade de plataformas de produção. A Petrobras afirmou que os testes de formação realizados nos poços identificaram alta produtividade, com gás seco composto por metano, pronto para consumo imediato.
A empresa também avalia possibilidades de exportação do gás por meio de gás natural liquefeito (GNL). Segundo Anjos, a Petrobras já obteve licenças para ampliar a exploração e iniciou conversas com a Ecopetrol sobre eventuais parcerias que possibilitem a exportação da produção.
Produção no poço Sirius-2 confirma capacidade da reserva
Antes do início das novas perfurações, a Petrobras divulgou em 10 de março os resultados de testes no poço Sirius-2, descoberto em 2024. O poço está localizado a 31 quilômetros da costa colombiana e a 804 metros de profundidade.
A distância até a cidade de Santa Marta é de 76 quilômetros. O teste de formação avaliou cerca de 100 metros de reservatório e confirmou a produtividade da área.
A companhia informou que foram coletadas amostras durante o procedimento, que serão submetidas a análises laboratoriais para caracterização detalhada do gás encontrado.
A avaliação do poço Sirius-2 faz parte do processo de verificação do potencial da região e de ampliação da fronteira exploratória no bloco marítimo.
Parceria com a Ecopetrol e estrutura do consórcio
A exploração dos poços na Colômbia é conduzida por meio da subsidiária Petrobras International Braspetro B.V – Sucursal Colômbia (PIB-COL).
O consórcio formado entre Petrobras e Ecopetrol é dividido em 44,44% para a estatal brasileira e 55,56% para a colombiana.
A descoberta da reserva foi inicialmente anunciada em agosto sob o nome Uchuva, posteriormente renomeada para Sirius. A operação atual contempla a continuidade dos trabalhos no poço Sirius-2 e a avaliação do poço vizinho Sirius-1, que também integra o mesmo bloco.
A Petrobras afirmou que os próximos passos seguem o planejamento estabelecido com a Agência Nacional de Hidrocarburos (ANH), órgão regulador do setor de petróleo e gás na Colômbia, vinculado ao Ministério de Minas e Energia do país. A atuação da ANH equivale à função exercida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no Brasil.
Expansão internacional e novas fronteiras de exploração
A atuação da Petrobras no bloco da Bacia de Guajira Offshore está inserida na estratégia de longo prazo da empresa, que busca a recomposição de reservas de petróleo e gás por meio de novas fronteiras exploratórias e alianças com parceiros internacionais.
De acordo com o comunicado oficial da companhia, a avaliação dos poços em curso contribuirá para a definição de novos investimentos e para a consolidação da posição da Petrobras no mercado colombiano. A viabilidade econômica da exportação do gás produzido também está em análise.
A empresa declarou que, além de garantir abastecimento interno para a Colômbia, o desenvolvimento do projeto pode viabilizar alternativas comerciais no setor de gás natural, inclusive por meio da utilização de GNL.
Próximos passos e licenciamento
Com a licença ambiental concedida e a confirmação da produtividade da reserva, a Petrobras dará continuidade ao processo de perfuração de novos poços na região.
A diretora Sylvia Anjos informou que o objetivo da companhia é aprofundar a avaliação técnica e econômica da área e identificar a melhor estratégia para aproveitamento do potencial identificado.
O projeto também contempla a análise da infraestrutura necessária para escoamento, armazenamento e eventual exportação da produção. A Petrobras informou que as decisões sobre novas fases da operação dependerão dos resultados das análises em andamento e do cronograma estabelecido com os órgãos reguladores locais.