EUA preparam integração de míssil de longo alcance ao F-16 para conflito com a China

REPRODUÇÃO

O Exército dos Estados Unidos deve integrar mísseis de ataque de longo alcance a caças F-16 como parte de um plano para ampliar sua capacidade de atuação aérea em cenários de conflito na região do Pacífico.

A medida está vinculada a estratégias militares voltadas a um possível confronto com a China, segundo informações divulgadas pela imprensa norte-americana.

O site especializado em defesa The War Zone publicou na terça-feira, 18, que o Comando de Sistemas Aéreos Navais dos EUA (NAVAIR) divulgou um aviso de contrato em que detalha os próximos passos para a adaptação do míssil AGM-158C Long Range Anti-Ship Missile (LRASM) à aeronave F-16 Viper.

De acordo com o aviso, publicado na segunda-feira, 17, a NAVAIR pretende “entrar em negociações de fonte única e, posteriormente, conceder uma ordem de entrega de custo mais taxa fixa à Lockheed Martin Corporation-Missiles Fire Control”. O documento indica que a empresa será responsável pela integração do armamento à plataforma da aeronave.

“A [ordem de entrega] prevista é para a integração necessária e suporte de teste do míssil AGM-158C-1 na plataforma da aeronave F-16”, afirmou o comunicado da NAVAIR.

O míssil AGM-158C-1 é uma variante do sistema Joint Air-to-Surface Standoff Missile (JASSM), desenvolvido pela Lockheed Martin. O modelo constitui a principal versão atualmente em produção do LRASM, voltado ao enfrentamento de alvos marítimos de longo alcance.

Com alcance estimado em 322 quilômetros (200 milhas), o míssil é equipado com recursos de navegação autônoma e tecnologias de suporte eletrônico embarcado.

O sistema permite o redirecionamento da rota de voo durante o deslocamento em resposta a ameaças imprevistas. Além disso, possui capacidade de rastreamento de alvos com base em emissões de radiofrequência.

A iniciativa de integração do armamento ao F-16 amplia o escopo de utilização operacional do míssil, anteriormente vinculado a outras plataformas, como os bombardeiros B-1B Lancer e os caças F/A-18 Super Hornet.

A adaptação ao F-16, uma das aeronaves mais utilizadas pela Força Aérea dos Estados Unidos e por aliados, pode representar expansão da capacidade de emprego do sistema em diferentes cenários.

Segundo a reportagem do The War Zone, a Marinha dos Estados Unidos deve atuar em cooperação com a Lockheed Martin no processo de integração e validação do míssil na nova plataforma.

A fase de testes incluirá avaliações técnicas, simulações de voo e análises de desempenho do armamento em situações operacionais.

A integração de sistemas de longo alcance ao F-16 faz parte de estratégias voltadas ao fortalecimento das capacidades aéreas norte-americanas no Indo-Pacífico.

A região tem sido considerada prioridade nos planos de defesa dos Estados Unidos, em função de disputas territoriais e da presença crescente da China em áreas estratégicas.

O projeto também ocorre no contexto de atualização dos sistemas de armamento em uso pelas forças armadas norte-americanas. A adoção de mísseis com maior alcance e capacidade de evasão busca aumentar a autonomia operacional das aeronaves em cenários de defesa aérea e combate naval.

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos ainda não divulgou cronograma detalhado para a conclusão da integração e início da produção em escala. A Lockheed Martin tampouco informou prazos específicos para as etapas de adaptação e testes.

O míssil AGM-158C-1 incorpora elementos de navegação de precisão, reconhecimento de alvos e capacidade de ataque com baixo índice de detecção por radares.

O sistema foi desenvolvido como parte de programas de modernização das capacidades ofensivas das forças armadas norte-americanas, com foco em operações de longo alcance e atuação em ambientes contestados.

A integração ao F-16 permitirá o uso do míssil em missões conduzidas por unidades com maior presença global. A aeronave está em operação em diversos países e compõe parte significativa dos esquadrões de combate da Força Aérea norte-americana.

As medidas recentes seguem a lógica de ampliação da capacidade de resposta militar dos Estados Unidos diante de potenciais ameaças no Pacífico. O governo norte-americano tem adotado ações de modernização de armamentos, deslocamento de forças e estabelecimento de parcerias estratégicas com países da região.

A decisão de incorporar o AGM-158C-1 ao F-16 reforça o papel da aeronave como vetor de múltiplas missões no contexto de defesa aérea e ataque de precisão.

A ampliação do portfólio de armamentos integrados à plataforma insere-se na lógica de adaptação tática frente a desafios geopolíticos emergentes.

O Comando de Sistemas Aéreos Navais informou que continuará conduzindo os trâmites contratuais com a Lockheed Martin para viabilizar o projeto. O processo inclui fases de desenvolvimento técnico, ensaios operacionais e homologação do sistema para uso em operações regulares.

Com informações do SCMP

Redação:
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.