EUA estacionaram navios de guerra no Golfo do México e impõem risco à América Latina

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O governo de Cuba manifestou oposição à decisão dos Estados Unidos de deslocar um navio destróier para o Golfo do México. A posição foi divulgada na terça-feira, 18, pelo ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, por meio de uma declaração publicada em sua conta na plataforma X.

Segundo Rodríguez, a medida representa um fator de instabilidade no continente. “Esta presença militar na área representa uma ameaça à segurança e à paz da América Latina e do Caribe”, afirmou o chanceler.

A movimentação militar foi anunciada na segunda-feira, 17, pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

O Pentágono informou que o destróier USS Gravely foi enviado à região com o objetivo de apoiar as operações de segurança na fronteira. A operação está sob responsabilidade do Comando Norte das Forças Armadas norte-americanas.

De acordo com o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, o deslocamento da embarcação faz parte de uma estratégia de proteção das fronteiras.

“É vital que os EUA controlem tanto sua fronteira terrestre quanto suas águas territoriais”, declarou Parnell em comunicado oficial.

A operação também foi detalhada pelo diretor de Operações do Estado-Maior Conjunto do Pentágono, Alexus G. Grynkewich. Segundo ele, a missão do USS Gravely é voltada ao combate ao tráfico de drogas na região. “A missão do USS Gravely é coibir o tráfico de drogas na região”, afirmou Grynkewich.

O chanceler cubano, no entanto, questionou os motivos da presença militar norte-americana no Golfo do México. Para o governo cubano, a justificativa apresentada pelos Estados Unidos não elimina os riscos decorrentes do aumento da atividade militar próxima ao território latino-americano.

As declarações ocorrem em um contexto de tensões diplomáticas recorrentes entre os dois países. Cuba e Estados Unidos mantêm relações bilaterais marcadas por episódios de confronto político e divergências sobre políticas de segurança, defesa e combate ao narcotráfico.

O governo dos Estados Unidos não respondeu às críticas emitidas pelo Ministério das Relações Exteriores de Cuba até o momento.

O Departamento de Defesa sustenta que a mobilização da embarcação se insere em uma estratégia mais ampla de reforço do controle fronteiriço e não tem como objetivo interferir em assuntos internos de países da região.

A presença do USS Gravely no Golfo do México amplia a atuação das forças navais norte-americanas em áreas estratégicas no entorno do continente americano.

O navio é equipado com sistemas de mísseis, radar de longo alcance e capacidade para operações em águas internacionais e litorâneas.

Autoridades de segurança dos Estados Unidos vêm reiterando que o combate ao tráfico de drogas constitui uma prioridade na agenda de defesa nacional.

A atuação das forças armadas em regiões próximas às fronteiras marítimas visa, segundo o Pentágono, reforçar ações de vigilância e interceptação de rotas ilegais.

A reação do governo cubano, entretanto, reforça a preocupação de países da América Latina e do Caribe sobre os efeitos da presença militar estrangeira no território regional.

As autoridades cubanas afirmam que qualquer incremento da atividade militar dos Estados Unidos pode gerar desequilíbrios estratégicos e comprometer o ambiente de segurança coletiva.

O Ministério das Relações Exteriores de Cuba não apresentou propostas alternativas ou solicitações formais junto a organismos internacionais sobre a operação. Até o momento, não houve manifestações conjuntas de outros países da região em apoio ou rejeição à iniciativa norte-americana.

Organizações multilaterais com atuação no continente, como a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e a Organização dos Estados Americanos (OEA), também não emitiram posicionamentos públicos sobre o deslocamento do destróier nem sobre as declarações do governo cubano.

O navio USS Gravely integra a classe Arleigh Burke da Marinha dos Estados Unidos, caracterizada por capacidades operacionais voltadas a missões de defesa antiaérea, antissubmarino e combate de superfície. O cronograma da missão e o tempo de permanência da embarcação na região não foram informados pelo Departamento de Defesa.

A operação ocorre paralelamente a outras ações anunciadas pelo governo norte-americano no âmbito do reforço da segurança fronteiriça, incluindo medidas administrativas, reforço de agentes de vigilância terrestre e cooperação com agências internacionais de combate ao tráfico.

O posicionamento cubano insere-se em um histórico de críticas à atuação militar dos Estados Unidos em áreas próximas ao território insular e aos países vizinhos. A presença de forças armadas norte-americanas em zonas marítimas do Caribe tem sido alvo de contestações por parte de Havana em ocasiões anteriores.

Até o momento, não foram anunciadas novas movimentações navais ou medidas adicionais no âmbito da operação conduzida pelo Comando Norte dos Estados Unidos. O Ministério das Relações Exteriores de Cuba indicou que continuará acompanhando a situação e avaliará os desdobramentos da missão do USS Gravely no Golfo do México.

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