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Trump avalia reconhecer Crimeia como território russo em acordo de paz com Putin

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estaria considerando reconhecer a Crimeia como parte do território russo, conforme informações divulgadas pelo portal Semafor e reproduzidas pelo site Guancha. A proposta, segundo fontes com conhecimento das discussões, integraria um possível acordo de paz com o objetivo de encerrar o conflito entre Rússia e Ucrânia. De acordo […]

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(Gavriil Grigorov, Drew Angerer / Getty Images North America / Pool //AFP)

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estaria considerando reconhecer a Crimeia como parte do território russo, conforme informações divulgadas pelo portal Semafor e reproduzidas pelo site Guancha.

A proposta, segundo fontes com conhecimento das discussões, integraria um possível acordo de paz com o objetivo de encerrar o conflito entre Rússia e Ucrânia.

De acordo com os relatos, integrantes do governo norte-americano também discutiram a possibilidade de pressionar a Organização das Nações Unidas (ONU) para adotar o mesmo entendimento.

A medida ainda não foi formalizada e permanece como uma das alternativas em análise, sem decisão definitiva por parte de Trump.

Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca negou que haja qualquer compromisso firmado nesse sentido. “Nosso governo não fez tal promessa e não negociaremos esse acordo através da mídia”, afirmou.

O representante também declarou que “duas semanas atrás, Ucrânia e Rússia estavam distantes de um cessar-fogo; agora, graças à liderança do presidente Trump, estamos um passo mais próximos de um acordo. Nosso objetivo continua sendo parar a matança e encontrar uma solução pacífica para o conflito”.

A possível mudança no posicionamento norte-americano representaria um alinhamento à reivindicação feita pela Rússia desde 2014, quando o governo de Vladimir Putin passou a considerar a Crimeia como parte integrante de seu território.

Até o momento, a anexação da península não foi reconhecida por Estados Unidos, União Europeia, OTAN ou Ucrânia, que continuam a classificar a região como território ucraniano sob ocupação estrangeira.

A Crimeia foi incorporada formalmente à Federação Russa em março de 2014, após a realização de um referendo na região. Segundo dados divulgados pelo governo russo à época, a maioria da população local votou favoravelmente à anexação.

Moscou sustenta que o processo foi legítimo e fundamentado na Carta das Nações Unidas. A Ucrânia e seus aliados, por outro lado, alegam que o referendo foi realizado sob ocupação militar e, portanto, sem validade jurídica.

Desde o início da guerra em fevereiro de 2022, a Rússia consolidou o controle sobre cerca de 20% do território ucraniano, incluindo a Crimeia.

O governo de Volodymyr Zelensky mantém a posição de que não aceitará a perda de nenhuma área do país. “Não reconheceremos nenhum território ocupado como pertencente à Rússia. Esta é uma linha vermelha”, afirmou Zelensky no último dia 12.

Apesar da posição declarada da Ucrânia, integrantes da equipe de Trump têm feito declarações sugerindo a necessidade de concessões territoriais por parte do governo ucraniano.

Em fevereiro, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou que a restauração das fronteiras da Ucrânia anteriores a 2014 seria “um objetivo irrealista”.

Já o secretário de Estado, Marco Rubio, declarou que qualquer solução para o conflito dependerá da disposição de Kiev em ceder parte do território.

Analistas de segurança internacional têm apontado limitações operacionais e estratégicas da Ucrânia para retomar a Crimeia por meios militares.

O próprio presidente ucraniano já declarou, em ocasiões anteriores, que uma eventual reintegração da península dependeria de negociações diplomáticas, dadas as dificuldades em impor perdas territoriais à Rússia no atual cenário.

A possível alteração no posicionamento dos Estados Unidos também não seria inédita no discurso de Trump.

Durante sua campanha presidencial em 2016, o então candidato afirmou que reavaliaria o status da Crimeia. Em 2018, já como presidente, declarou: “Pelo que entendo, o povo da Crimeia prefere estar com a Rússia do que voltar para onde estava antes. Então isso precisa ser levado em consideração”.

Caso a proposta avance, os desdobramentos diplomáticos podem afetar o relacionamento dos Estados Unidos com os países europeus membros da OTAN, que mantêm posição contrária a qualquer reconhecimento da soberania russa sobre a Crimeia.

Além disso, o governo ucraniano já indicou que não aceitará acordos que incluam perdas territoriais, o que pode dificultar uma eventual mediação internacional.

Até o momento, não há confirmação oficial sobre o encaminhamento da proposta ao governo russo ou à ONU. Também não foram apresentados prazos para deliberação sobre a medida no âmbito da política externa norte-americana.

A possibilidade de reconhecimento da Crimeia como parte da Rússia deve permanecer como tema central nas negociações diplomáticas entre Estados Unidos, Europa, Ucrânia e Rússia nos próximos meses.

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