Reator nuclear trará remédios inovadores ao SUS

SP terá reator nuclear para diagnóstico e tratamentos / José Cruz / Agência Brasil

A construção do reator nuclear em SP abre caminho para o Brasil produzir radioisótopos essenciais, garantindo mais autonomia para a saúde e inovação tecnológica


Um reator nuclear será construído na cidade de Iperó, no interior de São Paulo, com o objetivo de melhorar o acesso dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) a medicamentos utilizados no tratamento de câncer e outras enfermidades. Além disso, o projeto visa aprimorar o diagnóstico de diversas doenças. As obras do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) tiveram início na segunda-feira, 24 de fevereiro, e foram acompanhadas de perto pela Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos.

A ministra esteve no local ao lado de cientistas e pesquisadores e visitou uma exposição interativa para entender melhor o funcionamento e as aplicações do reator.

Brasil investe bilhões em reator para tratar doenças / Foto: Moniele Nogueira / TV TEM

O investimento na construção do RMB pode variar entre R$ 3 bilhões e R$ 6 bilhões. A expectativa é de que as obras sejam finalizadas em um prazo de até cinco anos, gerando aproximadamente mil empregos para as áreas responsáveis pelos prédios e laboratórios da instalação.

“O desenvolvimento de uma cadeia produtiva, inclusive local, envolvimento de empresas, prestadores de serviço, geração de emprego. Nós temos cinco anos de um trabalho intenso de engenharia, vamos contratar alguns milhares de trabalhadores e, depois, isso vai ter continuidade com o funcionamento do reator”, explica o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Francisco Rondinelli Junior.

O reator terá diversas finalidades científicas e tecnológicas, incluindo a produção de radioisótopos, testes de resistência de materiais à radiação, análise de combustíveis nucleares e extração de feixes de nêutrons para pesquisas.

Os radioisótopos utilizados na medicina são materiais radioativos essenciais para a fabricação de radiofármacos empregados tanto em tratamentos terapêuticos quanto em diagnósticos.

“O nosso objetivo é nos tornar autônomos na produção de um insumo muito importante para tratamento de câncer, que são os radioisótopos. […] Podemos não só suprir o SUS, mas até, a partir disso, ter escala para exportar”, afirma a ministra.

Com investimento de até R$ 6 bilhões, reator nuclear deve impulsionar a ciência brasileira e fortalecer o tratamento de câncer e outras doenças graves no país / Foto: Moniele Nogueira/TV TEM

Segundo o G1, o RMB representa um avanço significativo para a ciência no Brasil, impactando diretamente a produção de radioisótopos para a área da saúde, a pesquisa nuclear e o desenvolvimento tecnológico de forma sustentável.

“A ideia é dar muito mais acesso para toda a população nessa área de medicina nuclear. Suprir toda a demanda reprimida que existe no Brasil hoje”, destaca a coordenadora técnica do RMB, Patrícia Pagetti.

Ainda conforme apurado pela reportagem, quando estiver em operação, o reator será capaz de produzir uma substância atualmente importada de países como Argentina, África do Sul e Holanda, garantindo maior independência para o sistema de saúde brasileiro.

Redação:
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.