O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou sua decisão de se licenciar do mandato parlamentar e permanecer nos Estados Unidos. A medida, segundo ele, é motivada pelo temor de ser preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apesar de não haver nenhum pedido de prisão contra ele na Corte até o momento.
Eduardo Bolsonaro afirmou que sua decisão foi “mais difícil” devido à situação política no Brasil, que ele descreve como um “regime de exceção”. Ele explicou que seu objetivo é buscar punições internacionais contra Moraes, que acusa de violações aos direitos humanos.
Segundo o deputado, o mandato parlamentar está sendo utilizado como “cabresto, como ferramenta de chantagem e coação do regime de exceção, como instrumento para me prender e impedir que eu represente os melhores interesses para o meu país”. Ele também acusa Alexandre de Moraes de atuar arbitrariamente, afirmando: “Aqui [nos EUA], poderei focar em buscar as justas punições que Alexandre de Moraes e a sua Gestapo da Polícia Federal merecem”.
A decisão de Eduardo ocorre após o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, e o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) solicitarem ao STF a apreensão do passaporte do parlamentar sob acusação de traição à pátria e constrangimento de autoridades brasileiras no exterior. Moraes ainda aguarda parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) para analisar o pedido.
Eduardo acusa o ministro Moraes de agir ilegalmente e de maneira persecutória: “Como alguém pode esperar justiça vindo de um pedido para prender o meu passaporte feito por deputados do PT e encaminhado diretamente para as mãos do Alexandre de Moraes, sem sorteio ou distribuição?”. O parlamentar também diz que o plano dos adversários políticos é prender e eventualmente assassinar seu pai, Jair Bolsonaro, na prisão: “Não tenho dúvida de que o plano dos nossos inimigos é encarcerá-lo para assassiná-lo na prisão ou deixá-lo lá perpetuamente, assim como aconteceria com Donald Trump, caso não tivesse sido reeleito agora, em 2024”.
Eduardo Bolsonaro assegura que continuará trabalhando nos EUA para denunciar internacionalmente as ações de Moraes. Ele afirmou que renuncia temporariamente às comodidades do cargo por uma causa maior: “Seria mais confortável ficar quieto, recebendo um excelente salário e fingindo defender os paulistas e meus irmãos brasileiros, do que enfrentar esse sistema covarde e desumano. Mas eu não aceitei esse chamado para ter conforto ou comodidade. Eu aceitei esse chamado para defender os valores da nossa civilização”.
Em sua declaração, Eduardo afirma ainda que está determinado a obter justiça para as pessoas que considera vítimas de perseguição política no Brasil, incluindo manifestantes presos após os ataques de 8 de janeiro. Ele enfatizou: “Irei abraçar esse sacrifício com entusiasmo, focarei 100% do meu tempo nessa única causa: fazer justiça e criar o ambiente para anistiar os reféns de 8 de janeiro e os demais perseguidos que fizeram parte do governo Bolsonaro”.
Ele também acusou Moraes de promover um “golpe de Estado da Disneylândia”, ao associá-lo aos eventos do 8 de janeiro, e afirmou que sua permanência nos EUA é fundamental para continuar denunciando abusos. Segundo Eduardo, sua saída inesperada para os EUA antes do Carnaval foi fruto de proteção divina contra supostas ações contra ele no Brasil.
Eduardo Bolsonaro também afirmou que trabalhará para assegurar que futuras eleições no Brasil sejam “limpas, transparentes e com ampla participação da oposição”, comparando o atual cenário brasileiro às ditaduras da Romênia e da Venezuela. Em seu discurso, ele reconheceu que sua condição de deputado mais votado da história do Brasil facilitou contatos internacionais, agora necessários para sua nova missão política.
Ele encerrou seu pronunciamento com uma mensagem direta a Alexandre de Moraes: “Se Alexandre Moraes quer apreender o meu passaporte ou mesmo me prender para que eu não possa mais denunciar os seus crimes nos Estados Unidos, então é justamente aqui que eu vou ficar e trabalhar mais do que nunca”.
Finalizando, Eduardo Bolsonaro anunciou que o deputado federal Zucco (PL-RS) assumirá seu lugar na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, garantindo a continuidade das suas ações internacionais. Ele reafirmou seu compromisso com sua missão nos EUA e concluiu dizendo: “Deus, pátria, família e liberdade. Deus abençoe o Brasil. Deus abençoe a América”.