Desaprovação ao Governo Lula chega a quase 60% entre eleitores da capital paulista, diz pesquisa

RICARDO STUCKERT/PR

A administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é desaprovada por 58,1% dos eleitores da cidade de São Paulo, segundo levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado nesta terça-feira (18). O percentual representa um aumento de 12,1 pontos percentuais na desaprovação em relação ao levantamento anterior realizado em setembro de 2024.

De acordo com os dados, 38,2% dos entrevistados afirmaram aprovar o governo federal. Outros 3,7% não souberam ou preferiram não responder. A pesquisa ouviu 1.205 eleitores da capital paulista entre os dias 9 e 13 de março de 2025. A margem de erro é de 2,9 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.

Os dados indicam uma mudança significativa na percepção da população paulistana sobre o governo federal. Na pesquisa anterior, Lula contava com 51,1% de aprovação e 46% de desaprovação. A queda na aprovação foi de 12,9 pontos percentuais em um intervalo de aproximadamente seis meses.

O levantamento também abordou a avaliação da gestão do presidente. Para 26% dos entrevistados, o governo é classificado como “ótimo” ou “bom”. Outros 23,8% consideram a administração “regular”. Já 48,5% avaliam o desempenho como “ruim” ou “péssimo”. A parcela de 1,7% não soube ou optou por não avaliar.

A piora nos indicadores ocorre em um cenário de desgaste político registrado em diferentes regiões do país. Em São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil, a variação nos índices de aprovação e desaprovação tem sido acompanhada por observadores políticos como um sinal de mudança no humor do eleitorado urbano.

O levantamento do Paraná Pesquisas não detalha os fatores que influenciaram diretamente na queda da aprovação presidencial, mas analistas consideram que aspectos econômicos, medidas adotadas pelo governo e questões de segurança pública podem impactar a percepção da população. A pesquisa também não incluiu perguntas relacionadas a temas específicos da gestão federal.

O instituto utilizou metodologia de entrevistas presenciais com eleitores maiores de 16 anos, distribuídos proporcionalmente por gênero, faixa etária, nível de escolaridade e região da cidade. Segundo o relatório técnico da pesquisa, a amostra é representativa da população votante da capital paulista.

A reprovação majoritária registrada no levantamento difere do desempenho que o presidente teve na capital paulista durante as eleições de 2022.

No segundo turno daquele pleito, Lula obteve 44,3% dos votos válidos na cidade, contra 55,7% do então presidente Jair Bolsonaro (PL). Desde o início do atual mandato, em janeiro de 2023, a avaliação de Lula entre os eleitores paulistanos tem oscilado.

Em nota, o Paraná Pesquisas informou que a série histórica de levantamentos sobre a avaliação de governos na cidade de São Paulo será mantida nos próximos meses, com novos dados programados para divulgação trimestral. O objetivo, segundo o instituto, é monitorar a evolução da opinião pública no maior centro urbano do país.

O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-03412/2025, em conformidade com as regras da legislação eleitoral vigente.

A queda na aprovação presidencial ocorre em momento de preparação para o calendário eleitoral municipal de 2024, que já mobiliza partidos e lideranças políticas em São Paulo. A avaliação do governo federal pode influenciar estratégias partidárias e o desempenho de pré-candidatos associados ao governo Lula ou à oposição.

Em paralelo, o governo federal tem promovido ações na área social, infraestrutura e habitação com foco em centros urbanos. Nos últimos meses, foram anunciados recursos para obras em São Paulo, incluindo investimentos no programa Minha Casa, Minha Vida e projetos de mobilidade urbana.

Até o momento, os efeitos dessas ações na percepção do eleitorado paulistano não foram refletidos positivamente nos índices de aprovação.

A pesquisa divulgada nesta terça-feira reforça a tendência de deterioração da imagem do governo federal na maior cidade do país, com impactos potenciais sobre a correlação de forças políticas locais.

O comportamento do eleitorado paulistano nas próximas pesquisas será acompanhado com atenção por setores do governo e por partidos da base e da oposição.

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