Ato de domingo foi o pior da história do bolsonarismo

Ato em Copacabana deste domingo, 16 de março, flopou feio.

O protesto deste domingo (16) confirma uma tendência de queda na mobilização bolsonarista no Rio de Janeiro.

Histórico de manifestações bolsonaristas

Pesquisadores da USP e do Cebrap registraram as seguintes mobilizações de apoiadores de Bolsonaro nos últimos anos:

  • 16/03/202518,3 mil pessoas em Copacabana. Ato focado na anistia aos presos do 8 de janeiro e realizado após a denúncia de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado.
  • 07/09/202445,7 mil pessoas na Av. Paulista, em São Paulo. Protesto contra o ministro Alexandre de Moraes, pedindo seu impeachment.
  • 21/04/202432,7 mil pessoas em Copacabana. Ato no feriado de Tiradentes, marcado por falas religiosas e ataques ao presidente Lula.
  • 25/02/2024185 mil pessoas na Av. Paulista. Maior manifestação recente, realizada em apoio a Bolsonaro, em meio às investigações da Polícia Federal sobre tentativa de golpe.
  • 07/09/202232,6 mil pessoas na Av. Paulista. Ato convocado para impulsionar a campanha de reeleição de Bolsonaro.
  • 07/09/202264,6 mil pessoas em Copacabana. Ato pelo Bicentenário da Independência, que acabou virando um evento eleitoral.

Público reduzido e dificuldades na mobilização

O ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (16), na Praia de Copacabana, reuniu 18,3 mil manifestantes, segundo levantamento do grupo “Monitor do Debate Político” do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). A pesquisa foi coordenada pelos pesquisadores Pablo Ortellado e Márcio Moretto, da Universidade de São Paulo (USP), e pela ONG More in Common.

O número é bem menor do que o de outras manifestações bolsonaristas na cidade. Em 2022, foram 64,6 mil manifestantes no Rio de Janeiro. No ano passado, o público caiu para 32,7 mil. O levantamento tem uma margem de erro de 2,2 mil pessoas para mais ou para menos.

O pesquisador Pablo Ortellado afirmou que essa foi uma manifestação pequena dentro do padrão de mobilização do bolsonarismo. “Essa foi uma manifestação pequena para os padrões de mobilização do bolsonarismo”, disse ele em entrevista ao jornal O Globo.

Ele destacou que ainda é cedo para afirmar que a queda de público representa um enfraquecimento político do movimento. Para Ortellado, os conflitos entre organizadores podem ter atrapalhado a convocação. “Essa foi uma manifestação cuja mobilização foi muito tumultuada”, afirmou.

O pesquisador também disse que oscilações no tamanho das manifestações são normais. Ele lembrou que os protestos contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, tiveram variações de público antes de crescerem novamente.

Como foi feito o cálculo?

O levantamento foi feito a partir de 66 fotos aéreas tiradas da Praia de Copacabana em quatro horários: 10h, 10h40, 11h30 e 12h00. O pico de público foi registrado ao meio-dia, quando seis imagens cobriram toda a extensão da manifestação.

As fotos foram analisadas por um software de inteligência artificial, que identifica e marca automaticamente as cabeças das pessoas na imagem. Segundo os pesquisadores, o método tem precisão de 72,9% e acurácia de 69,5% na identificação de indivíduos.

O erro percentual médio é de 12% para mais ou para menos, em imagens aéreas com mais de 500 pessoas.

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