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Faturamento da indústria de transformação avança 3,3% em janeiro

O faturamento real da indústria de transformação registrou crescimento de 3,3% em janeiro na comparação com dezembro, segundo dados da pesquisa Indicadores Industriais, divulgada nesta sexta-feira, 14, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em relação a janeiro de 2024, a alta foi de 12,8%. De acordo com a CNI, o aumento do faturamento está associado […]

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Divulgação / CNI / José Paulo Lacerda

O faturamento real da indústria de transformação registrou crescimento de 3,3% em janeiro na comparação com dezembro, segundo dados da pesquisa Indicadores Industriais, divulgada nesta sexta-feira, 14, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em relação a janeiro de 2024, a alta foi de 12,8%.

De acordo com a CNI, o aumento do faturamento está associado à elevação da demanda por bens industrializados. A entidade observa, no entanto, que o ritmo atual pode não se sustentar nos próximos meses em função da desaceleração econômica provocada pelo aumento das taxas de juros.

A pesquisa mostra ainda que o número de horas trabalhadas na produção avançou 1,9% em janeiro, revertendo a tendência de retração observada nos dois meses anteriores, quando houve queda acumulada de 1,4%. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o indicador registra alta de 5,4%.

A utilização da capacidade instalada (UCI) permaneceu em 78,2% em janeiro, mesmo patamar observado em dezembro, conforme dados ajustados sazonalmente. Em relação ao primeiro mês de 2024, a UCI apresenta recuo de 0,8 ponto percentual.

Apesar do desempenho positivo nos indicadores de produção, os dados do mercado de trabalho industrial mostram variações discretas. O número de postos de trabalho ativos no setor cresceu 0,1% em janeiro. No mesmo período, a massa salarial recuou 0,3%, enquanto o rendimento médio dos trabalhadores da indústria teve queda de 0,8%.

Segundo a CNI, os efeitos da elevação dos juros tendem a impactar o ritmo de contratação no setor. A entidade projeta interrupção na trajetória de crescimento do emprego industrial caso as condições de crédito permaneçam restritivas.

Na comparação com janeiro de 2024, os números do mercado de trabalho mostram variações distintas. O total de empregos na indústria aumentou 2,4% no período. No entanto, a massa salarial real, descontada a inflação, apresentou queda de 1,8%. O rendimento médio real do trabalhador industrial recuou 4% na mesma base de comparação.

A pesquisa Indicadores Industriais é realizada mensalmente pela CNI desde 1992, em parceria com Federações Estaduais das Indústrias. O levantamento contempla os principais indicadores de curto prazo da indústria de transformação. Os estados participantes da pesquisa respondem por mais de 90% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial brasileiro.

Entre os objetivos da pesquisa está o monitoramento da atividade industrial por meio de dados sobre faturamento, horas trabalhadas, utilização da capacidade instalada, emprego, massa salarial e rendimento médio. Os dados são utilizados como referência para análise da conjuntura econômica do setor.

A CNI avalia que, apesar do cenário de aquecimento da produção, o comportamento do mercado de trabalho sugere cautela. A entidade reforça que o impacto das condições monetárias mais restritivas tende a se refletir com maior intensidade nos próximos meses, podendo limitar a expansão da atividade industrial.

Os dados apresentados reforçam a tendência observada em trimestres anteriores, nos quais o avanço da produção industrial não foi acompanhado, na mesma proporção, por uma recuperação consistente dos indicadores de renda e emprego. A desaceleração do consumo das famílias, o encarecimento do crédito e o ambiente de incertezas econômicas são apontados como fatores que influenciam esse descompasso.

A pesquisa também evidencia que o nível de utilização da capacidade instalada permanece estável, o que indica que, mesmo com o aumento da produção, o setor ainda opera com margem ociosa. Esse cenário pode representar um obstáculo para novos investimentos, especialmente diante de custos de financiamento mais elevados.

A CNI ressalta que o comportamento dos indicadores deve ser acompanhado nos próximos meses para avaliar se o crescimento registrado em janeiro se mantém ou se representa um movimento pontual. A entidade observa que a sustentabilidade do desempenho da indústria dependerá de variáveis como a evolução da política monetária, o comportamento do consumo e o cenário macroeconômico global.

A próxima divulgação da pesquisa Indicadores Industriais está prevista para abril. A CNI afirma que continuará monitorando os impactos da política de juros sobre o setor produtivo e apresentará os dados atualizados conforme o cronograma de publicações.

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