A Eletrobras encerrou o exercício de 2024 com lucro líquido de R$ 10,4 bilhões, resultado 136% superior ao registrado em 2023.
O desempenho financeiro foi acompanhado pela aprovação, pelo Conselho de Administração da companhia, da maior remuneração já distribuída aos acionistas em sua história: R$ 4 bilhões em dividendos, incluindo R$ 2,2 bilhões pagos a título de dividendos intercalares ao longo do ano.
A quantia representa 41% do resultado anual da empresa. A Eletrobras, privatizada em 2022, segue com estratégia voltada à consolidação do novo modelo de gestão e expansão de investimentos em infraestrutura energética.
“A Eletrobras é hoje uma empresa focada em conquistar clientes e catalisar negócios a partir de energia limpa e renovável. Nosso objetivo é acelerar ainda mais os ganhos de eficiência e segurança dos ativos para oferecermos retornos sustentáveis ao longo do tempo”, afirmou o presidente da companhia, Ivan Monteiro.
Segundo o balanço divulgado, os investimentos da empresa somaram R$ 7,7 bilhões em 2024, com destaque para ações voltadas à modernização de usinas hidrelétricas e ao aprimoramento da gestão desses ativos. Também foram aplicados recursos em melhorias e reforços no sistema de transmissão.
No segmento de transmissão, foram executados 234 projetos de grande porte, com investimentos de R$ 3,3 bilhões. As iniciativas têm como finalidade aumentar a confiabilidade do sistema elétrico e garantir o atendimento à demanda nacional.
A Eletrobras participou de leilões promovidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), arrematando quatro lotes. Os investimentos associados a essas aquisições estão estimados em R$ 5,6 bilhões.
Entre os projetos prioritários estão a revitalização do sistema de transmissão em corrente contínua de alta tensão de Itaipu, com aporte previsto de R$ 1,9 bilhão, e a Transnorte Energia, linha de transmissão de 724 quilômetros entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR), com investimento estimado em R$ 3,3 bilhões. Este último projeto permitirá a integração de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
De acordo com Ivan Monteiro, os aportes em infraestrutura devem ser mantidos em 2025, com foco na ampliação da atuação voltada ao atendimento direto a clientes e ao fortalecimento da posição da empresa no setor elétrico.
“A consolidação das transformações pós-privatização permitirá que a gestão da empresa dê ênfase cada vez maior no crescimento e ganhos de eficiência nos próximos anos”, declarou.
A companhia também tem adotado medidas para ampliar a resiliência operacional e a eficiência de seus ativos. As iniciativas estão inseridas no contexto de reestruturação institucional iniciado após o processo de capitalização e privatização, realizado em 2022.
Desde então, a empresa tem promovido mudanças na governança corporativa e na gestão de investimentos, com foco na redução de custos operacionais, revisão de contratos e otimização da carteira de ativos. A estratégia também contempla a busca por maior participação em projetos de geração e transmissão com retorno de longo prazo.
O desempenho financeiro e operacional registrado em 2024 é interpretado pela administração da empresa como reflexo direto da nova política de investimentos e das alterações estruturais iniciadas no período pós-privatização.
A meta, segundo o relatório da companhia, é manter a trajetória de crescimento com foco na sustentabilidade econômica e técnica dos projetos.
A distribuição de dividendos aprovada pelo Conselho de Administração será submetida à deliberação da assembleia geral de acionistas. O montante inclui dividendos obrigatórios e dividendos extraordinários referentes ao resultado do exercício.
O cronograma de pagamento, bem como os critérios de elegibilidade, serão detalhados pela companhia conforme os procedimentos legais e regulatórios aplicáveis.
A Eletrobras opera nos segmentos de geração, transmissão e comercialização de energia elétrica. A companhia responde por uma parcela significativa da capacidade instalada do país e desempenha papel estratégico no setor elétrico brasileiro.
Desde a privatização, a empresa passou a operar com maior autonomia em relação à administração pública federal, o que permitiu a adoção de políticas voltadas à rentabilidade e à expansão da base de clientes. A reformulação da estrutura organizacional e a revisão de contratos com fornecedores também estão entre os eixos do novo modelo de gestão adotado.
Com os resultados divulgados, a Eletrobras projeta manter o ritmo de investimentos e ampliar a participação nos próximos certames do setor elétrico, conforme previsto no plano estratégico da companhia.
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