Autoridades chinesas anunciaram, nesta quinta-feira, 13, um conjunto de medidas para reformular os procedimentos alfandegários e logísticos relacionados ao transporte aéreo de cargas.
As atualizações, coordenadas por três órgãos estatais — a Administração Geral da Alfândega, a Administração Nacional de Imigração e a Administração de Aviação Civil da China —, têm como objetivo tornar os processos mais eficientes e diminuir o tempo de liberação de mercadorias no setor de aviação.
Entre os pontos abordados estão a aceleração na liberação de cargas aéreas, inspeções de imigração mais rápidas, melhorias na infraestrutura dos portos de aviação e revisão dos serviços públicos relacionados à logística. Também está prevista uma regulamentação voltada à redução de custos logísticos.
As autoridades chinesas informaram que a iniciativa integra um esforço coordenado para padronizar os serviços nos principais centros de transporte do país, buscando maior integração entre os setores aduaneiro, aeroportuário e de imigração. As mudanças também têm como finalidade fortalecer a posição da China no comércio aéreo internacional.
O plano inclui a digitalização de procedimentos, com expectativa de avanços em direção a um sistema de comércio sem papel. A proposta será implementada por meio de ações conjuntas dos departamentos responsáveis, com previsão de integração tecnológica entre os sistemas operacionais de cargas e os serviços de fiscalização e controle.
O executivo Geoffrey Kao, diretor da distribuidora Wah Ming Hong, sediada em Hong Kong, afirmou que os procedimentos atuais de liberação de carga aérea no continente já são considerados eficientes. A empresa, que atua há mais de quatro décadas na distribuição de relógios Enicar fabricados na Suíça, opera regularmente com transporte aéreo para o mercado chinês.
“Foi bastante simples e levou menos de 24 horas”, disse Kao, referindo-se a uma recente operação logística realizada no continente. Ele também observou que o padrão operacional dos aeroportos chineses “não é pior” do que o registrado em Hong Kong, considerado um dos principais centros logísticos da aviação internacional.
Com as atualizações propostas, o governo chinês busca consolidar uma nova etapa de modernização no setor aéreo. O objetivo, segundo comunicado oficial, é promover maior competitividade nas operações internacionais e elevar o padrão dos serviços aeroportuários domésticos.
As medidas integram uma estratégia de longo prazo voltada ao fortalecimento das cadeias de suprimento nacionais e à atração de operadores logísticos e comerciais estrangeiros.
A iniciativa também ocorre em um momento em que o governo central tem buscado aumentar a eficiência dos processos administrativos e reduzir entraves que impactam o fluxo de mercadorias.
De acordo com o comunicado conjunto, o plano prevê, ainda, ações voltadas à capacitação técnica dos profissionais envolvidos nos processos logísticos e à implementação de novas diretrizes operacionais.
A intenção é padronizar procedimentos, reduzir divergências regionais e evitar atrasos causados por interpretações distintas das normas alfandegárias entre os aeroportos.
Kao destacou que a China tem sinalizado interesse em liderar transformações estruturais no setor, principalmente no que se refere à digitalização de processos.
“Sinto que a China quer continuar melhorando para liderar [seu] padrão industrial em digitalização”, afirmou. Ele mencionou a possibilidade de o país avançar em direção ao comércio sem papel, que, segundo ele, ainda não é uma prática consolidada no setor global.
As ações previstas também contemplam a revisão de taxas e encargos aplicados ao transporte aéreo de mercadorias.
Segundo o comunicado, a regulamentação dos custos logísticos visa garantir maior previsibilidade para empresas que operam no setor, reduzindo os impactos financeiros associados ao processo de liberação alfandegária.
Especialistas do setor avaliam que a medida pode gerar impacto positivo no comércio internacional, especialmente para companhias que dependem de prazos reduzidos para entrega de mercadorias com alto valor agregado.
A expectativa é que a adoção de procedimentos digitalizados e a integração entre órgãos governamentais aumentem a competitividade dos aeroportos chineses no cenário global.
Ainda não há cronograma detalhado para a implementação completa das novas medidas. As autoridades informaram que os projetos-piloto serão iniciados em aeroportos estratégicos, com expansão progressiva para outras regiões.
As mudanças ocorrem em um contexto de reestruturação econômica na China, com foco na expansão da atividade comercial internacional e na redução de barreiras operacionais.
A digitalização dos processos logísticos faz parte de um conjunto mais amplo de políticas voltadas ao aumento da produtividade e à otimização das cadeias de fornecimento nacionais.
Com informações da SCMP