Avaliação negativa do governo Lula supera a positiva, diz nova pesquisa

Ricardo Stuckert / PR

Levantamento realizado pelo instituto Ipsos-Ipec, divulgado nesta quinta-feira, 13, indica que 41% dos brasileiros classificam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como ruim ou péssimo.

A avaliação positiva corresponde a 27%, enquanto 30% dos entrevistados consideram a gestão regular. Outros 1% não souberam responder ou preferiram não opinar.

A pesquisa foi realizada entre os dias 7 e 11 de março e ouviu 2.000 pessoas com 16 anos ou mais. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Os dados mostram continuidade na tendência de crescimento da avaliação negativa da administração federal. Em setembro, 34% dos entrevistados consideravam o governo ruim ou péssimo. Na mesma ocasião, a parcela que classificava a gestão como ótima ou boa também era de 34%.

De acordo com o instituto, a aprovação da gestão apresenta variações significativas entre diferentes segmentos da população. No recorte por região, o índice de avaliação positiva é maior no Nordeste, onde 37% dos entrevistados classificaram o governo como ótimo ou bom.

Entre os católicos, 34% aprovam a gestão. A taxa é semelhante entre pessoas com menor escolaridade (36%) e entre aqueles com renda de até dois salários mínimos (34%).

Por outro lado, a desaprovação é mais expressiva entre pessoas com renda superior a cinco salários mínimos. Nesse grupo, 72% classificam o governo como ruim ou péssimo. Entre os evangélicos, o índice de desaprovação atinge 66%, enquanto entre os entrevistados com maior nível de escolaridade chega a 64%.

A percepção do governo também varia conforme a faixa etária. O levantamento aponta que a avaliação positiva é menor entre os mais jovens, enquanto a reprovação cresce entre os grupos com maior acesso à educação formal e renda elevada.

O levantamento integra uma série de pesquisas periódicas realizadas pelo instituto para monitorar a percepção da população sobre a condução do governo federal. Os dados também servem como referência para análise do cenário político e social do país.

A metodologia utilizada segue o padrão de amostragem por cotas, considerando variáveis como sexo, idade, escolaridade, renda e região geográfica, com posterior ponderação dos resultados para representar o universo da população brasileira com 16 anos ou mais.

A série histórica da pesquisa indica oscilação na percepção do governo desde o início da atual gestão. A aprovação, que já alcançou índices superiores a 40% no início do mandato, vem apresentando variações nos levantamentos realizados ao longo do tempo.

A mais recente sondagem revela uma inflexão nos indicadores, com aumento da avaliação negativa e redução da avaliação positiva em relação a medições anteriores.

O instituto não divulgou, nesta edição, dados sobre avaliação de áreas específicas da administração, como economia, saúde, segurança pública ou educação.

A divulgação ocorre em meio a debates no Congresso Nacional sobre pautas econômicas e sociais apresentadas pelo Executivo, além de discussões sobre políticas de arrecadação, programas sociais e medidas de ajuste fiscal.

A percepção sobre o desempenho do governo é acompanhada de perto por partidos, lideranças políticas e analistas, como termômetro para a relação entre o Planalto e a opinião pública.

Os dados da pesquisa Ipsos-Ipec também têm sido considerados em análises sobre o cenário eleitoral, embora o próximo pleito presidencial esteja previsto apenas para 2026. A tendência de avaliação da gestão atual é observada por grupos de oposição e aliados como indicativo da dinâmica política nos próximos anos.

O levantamento completa o ciclo de pesquisas iniciado no primeiro trimestre de 2024 e será incluído nas próximas análises de opinião pública organizadas por institutos especializados. Novas edições devem ser divulgadas nos meses seguintes para acompanhamento da evolução dos índices.

A íntegra dos dados e recortes regionais, por faixa etária, gênero, religião e renda, está disponível nos materiais técnicos fornecidos pelo instituto.

Acesse a pesquisa completa clicando aqui.

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