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Turquia desafia Rússia e avalia envio de tropas à Ucrânia

O governo da Turquia está considerando o envio de militares para uma missão de manutenção da paz na Ucrânia, de acordo com informações divulgadas pela agência de notícias Bloomberg nesta quinta-feira, 13. A medida, segundo fontes consultadas pela agência, está sendo analisada como parte de uma possível atuação turca no monitoramento da linha de contato […]

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EFE/EPA/STEPHANIE LECOCQ

O governo da Turquia está considerando o envio de militares para uma missão de manutenção da paz na Ucrânia, de acordo com informações divulgadas pela agência de notícias Bloomberg nesta quinta-feira, 13.

A medida, segundo fontes consultadas pela agência, está sendo analisada como parte de uma possível atuação turca no monitoramento da linha de contato entre forças ucranianas e russas no leste do país.

A iniciativa, segundo as fontes, estaria condicionada ao consentimento da Rússia e se daria em caráter não combatente.

“Ancara está avaliando uma missão não combatente para ajudar a monitorar a linha de contato com a Rússia no leste da Ucrânia, dependendo do consentimento de Moscou”, disseram os interlocutores citados pela Bloomberg.

A proposta ocorre em um momento em que a Turquia busca ampliar sua atuação regional e consolidar sua posição como um dos principais membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Ainda segundo a Bloomberg, enquanto os Estados Unidos revisam sua estratégia na Europa, a influência turca vem crescendo em diferentes áreas geográficas.

“A Turquia surge como um mediador de poder mais proeminente e um elemento-chave da Otan. O presidente turco expandiu a presença militar e diplomática do país da África para o Oriente Médio de uma forma nunca vista desde o fim do Império Otomano, há um século”, afirmou a agência.

Segundo as fontes citadas pela reportagem, o presidente Recep Tayyip Erdogan busca, em contrapartida, estabelecer uma relação de cooperação econômica e de defesa mais próxima com a União Europeia, vinculando a atuação militar à agenda diplomática e comercial do país.

O Ministério da Defesa da Turquia já havia informado anteriormente que qualquer eventual envio de forças de paz à Ucrânia dependeria de consulta com todas as partes envolvidas e seria avaliado conforme a necessidade.

A pasta indicou que a possibilidade de uma missão turca no território ucraniano só será considerada em consonância com entendimentos multilaterais.

A proposta de Ancara ocorre em meio a um contexto de estagnação nas negociações para resolução do conflito e à crescente pressão sobre aliados europeus e membros da Otan para adotarem novas estratégias no apoio à Ucrânia.

A atuação da Turquia poderia representar um movimento alternativo à presença direta de tropas ocidentais, por meio de uma força internacional de observação com papel limitado.

Por outro lado, autoridades russas têm se posicionado contrariamente ao envio de qualquer tipo de força estrangeira ao território ucraniano.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que propostas relacionadas ao envio de forças de paz representam tentativas de sustentação política do governo ucraniano.

“As propostas de envio de forças de paz para a zona de conflito parecem tentativas de salvar as autoridades de Kiev”, declarou Lavrov em entrevista recente.

A Rússia tem reiterado que considera qualquer presença militar estrangeira na Ucrânia como uma provocação e um agravamento da situação. O governo de Moscou já declarou anteriormente que não aceitará a instalação de missões estrangeiras sem sua concordância explícita.

Até o momento, não houve anúncio oficial por parte do governo turco sobre o envio de tropas ou definição de prazos para eventual decisão. A proposta permanece em fase de avaliação preliminar e deve ser discutida com países envolvidos nas negociações multilaterais sobre o conflito no leste europeu.

A atuação turca na guerra da Ucrânia tem se mantido em um ponto intermediário entre os dois lados do conflito. Embora seja membro da Otan, a Turquia também tem mantido canais de diálogo com a Rússia e desempenhado papel de mediador em ocasiões anteriores, inclusive em negociações relacionadas à exportação de grãos pelo Mar Negro.

O desdobramento da proposta dependerá da aceitação dos principais atores diplomáticos e da viabilidade operacional de uma missão de paz sob liderança turca ou com participação de militares turcos. Ainda não há definição sobre o formato da força, sua composição ou eventual vínculo com organismos internacionais.

A iniciativa deverá ser tema de discussão nos próximos fóruns multilaterais de segurança. Caso se concretize, poderá representar uma mudança no padrão de envolvimento da Otan no conflito ucraniano, por meio da atuação indireta de um de seus membros com interlocução ativa com ambos os lados da guerra.

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