Fontes do Planalto confirmam informação; pasta vem sendo criticada pelos movimentos populares do campo
A saída de Paulo Teixeira do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) já é dada como certa. Fontes ligadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmam que o chefe do Executivo ficou insatisfeito ao saber que Teixeira não repassava informações seguras sobre o andamento da pauta agrária, o que fez Lula ser “pego de surpresa” com as críticas dos movimentos populares em relação à pasta.
No final do ano passado, lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fizeram críticas públicas a Teixeira e cobraram do governo uma maior atenção à pauta da reforma agrária que, segundo o MST, permaneceu paralisada nos dois primeiros anos de governo.
Diante da saída iminente do ministro do MDA, a imprensa começou a ventilar nomes para sua substituição. Paulo Pimenta, ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, passou a ser cotado depois de ser substituído por Sidônio Palmeira na antiga função. O ex-ministro foi contactado pelo Brasil de Fato, mas não quis se pronunciar.
Outras especulações giram em torno de Maria Fernanda Coelho, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, mas, na avaliação de integrantes do governo, é improvável, já que Coelho não tem boa interlocução com os movimentos agrários.
Quem também estaria cacifado para o cargo é o atual presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto. No entanto, procurado pelo Brasil de Fato em fevereiro sobre uma suposta sondagem para assumir o Ministério da Pesca, Pretto negou que planeje sair da Conab, justamente no momento em que o governo tem colocado o tema do abastecimento alimentar como prioridade da gestão. Novamente procurado pela reportagem em março, Pretto afirmou que não foi sondado para o cargo e que sua possível ida ao MDA é “especulação”.
Também há especulações sobre o nome do senador Beto Faro (PT-PA), que já presidiu a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri-PA) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Pará, e se destacou pelo trabalho na consolidação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e de outras políticas públicas para a população rural. O nome agrada os movimentos do campo, assim como o da ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello.
Mas quem tem ganhado força na Esplanada e que conta com o respaldo quase unânime dos movimentos populares é Márcia Lopes, que foi secretária-executiva do MDS, quando o ministério era chefiado pelo ex-ministro Patrus Ananias, e assumiu o cargo em 2010, quando Ananias deixou o ministério para se candidatar a deputado federal nas eleições daquele ano.
A ex-ministra é assistente social e irmã do ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência dos governos Lula e Dilma, Gilberto de Carvalho. Ela está filiada ao PT desde 1982. Na cerimônia de posse dos ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, que ocorreu na última segunda-feira (10), Lopes esteve em Brasília e conversou com o presidente Lula.
Ao Brasil de Fato, Lopes confirmou que esteve com Lula no Planalto, mas disse que foram tratados de outros assuntos e negou ter sido sondada para o cargo.
Publicado originalmente pelo Brasil de Fato em 13/03/2025
Por Leonardo Fernandes
Edição: Martina Medina
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!