A Rússia declarou nesta quinta-feira, 13, que considera inaceitável o envio de tropas estrangeiras para a Ucrânia ou a instalação de bases militares internacionais no território ucraniano. A posição foi anunciada pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em comunicado transmitido à imprensa.
Segundo a representante do governo russo, qualquer movimentação desse tipo será interpretada como participação direta de países estrangeiros no conflito armado entre Rússia e Ucrânia. “Tal atividade significaria o envolvimento direto de países estrangeiros em um conflito com a Rússia”, afirmou Zakharova.
A declaração ocorre em meio a discussões internacionais sobre possíveis formas de ampliar o apoio militar ao governo ucraniano, que mantém operações de defesa desde o início da ofensiva russa, em fevereiro de 2022.
De acordo com Zakharova, o governo russo acompanhará atentamente qualquer tentativa de deslocamento de forças estrangeiras para a Ucrânia.
A porta-voz afirmou ainda que o país tomará medidas em resposta caso identifique movimentos que, na avaliação de Moscou, representem ameaça direta ao seu território ou à condução da guerra.
“A Rússia tomaria o que ela chamou de medidas apropriadas se qualquer país tentar enviar suas tropas para a Ucrânia”, declarou.
O pronunciamento ocorre após declarações de autoridades ocidentais sobre a possibilidade de intensificar a presença militar na região, com vistas ao fornecimento de suporte logístico e operacional ao Exército ucraniano. A Rússia tem reiterado que considera tais iniciativas uma escalada no conflito.
Desde o início da guerra, países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e da União Europeia têm promovido o envio de equipamentos, munições e sistemas de defesa aérea à Ucrânia. No entanto, até o momento, não houve confirmação oficial sobre a mobilização de tropas estrangeiras no campo de batalha ucraniano.
A posição do governo russo expressa oposição a qualquer mudança nesse cenário. O Ministério das Relações Exteriores reforçou que a instalação de bases militares de outros países na Ucrânia será tratada como ameaça direta à segurança nacional russa.
Autoridades em Moscou vêm manifestando preocupação com a expansão do apoio militar ocidental à Ucrânia. Nas últimas semanas, representantes russos alertaram para os riscos de ampliação do conflito para além das fronteiras ucranianas caso tropas estrangeiras sejam integradas às operações no país.
Além da manifestação de Maria Zakharova, o governo russo ainda não divulgou novas medidas diplomáticas ou militares relacionadas ao posicionamento anunciado. Não há, até o momento, confirmação de que a Rússia tenha iniciado ações práticas em resposta a movimentações de outros países.
A declaração desta quinta-feira se soma a uma série de posicionamentos recentes de Moscou sobre a condução do conflito. O governo russo tem reiterado que qualquer intervenção externa direta será interpretada como agressão, o que pode acarretar retaliações.
O posicionamento oficial do Kremlin será acompanhado por aliados e organizações multilaterais nos próximos dias. Não está claro se a manifestação do Ministério das Relações Exteriores será seguida de comunicações formais a organismos internacionais como a ONU ou à Otan.
Nos bastidores diplomáticos, a declaração é vista como um alerta preventivo para eventuais discussões no âmbito europeu e norte-americano sobre uma possível presença física de tropas estrangeiras em território ucraniano, mesmo que com objetivos não combativos, como operações humanitárias, treinamento ou segurança logística.
Enquanto isso, os combates no território ucraniano seguem concentrados em regiões do leste e sul do país, onde as forças russas e ucranianas mantêm confrontos diretos. As autoridades militares da Ucrânia afirmam que resistem a avanços russos, com apoio de armamentos fornecidos por países aliados.
A repercussão internacional da declaração russa ainda é incerta. Não houve manifestação imediata de governos ocidentais sobre o teor do comunicado. As próximas semanas devem indicar se haverá alguma iniciativa concreta de parte dos países que apoiam a Ucrânia em relação à presença militar no território.
A Rússia, por sua vez, mantém o discurso de que a segurança nacional e regional depende da não interferência direta de potências externas no conflito. O governo russo considera que o envio de tropas estrangeiras alteraria a natureza do enfrentamento e exigiria uma resposta proporcional.
Até o momento, não há indicação de mudanças nos termos formais de engajamento dos países membros da Otan ou de seus aliados com relação ao conflito. A declaração russa reforça a tensão diplomática entre Moscou e as potências ocidentais, em um cenário ainda marcado pela ausência de perspectivas imediatas para um acordo de cessar-fogo ou solução negociada.
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