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Relatório aponta que futuros acordos de paz tendem a ser menos favoráveis à Ucrânia

Estudos e análises recentes indicam que qualquer eventual acordo de paz entre Ucrânia e Rússia, caso venha a ser firmado futuramente, tende a ser menos favorável à parte ucraniana do que os termos que chegaram a ser discutidos no início de 2022. A avaliação foi publicada pelo portal The Conversation, com base no atual cenário […]

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Andrew Harnik / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

Estudos e análises recentes indicam que qualquer eventual acordo de paz entre Ucrânia e Rússia, caso venha a ser firmado futuramente, tende a ser menos favorável à parte ucraniana do que os termos que chegaram a ser discutidos no início de 2022.

A avaliação foi publicada pelo portal The Conversation, com base no atual cenário do conflito e nas mudanças ocorridas no campo de batalha desde o início da guerra.

Segundo o relatório, a possibilidade de negociações com condições mais vantajosas para Kiev está se tornando cada vez mais remota. O avanço das forças russas e o uso de novas tecnologias têm alterado o equilíbrio da guerra e ampliado o domínio operacional de Moscou em diferentes frentes.

O documento aponta que a Rússia tem consolidado sua posição com o emprego de novos recursos bélicos, como a utilização em larga escala de veículos aéreos não tripulados.

“Os militares russos também têm usado novas tecnologias à medida que a guerra avança […]. Eles adotam essa tecnologia [drones] em massa e com entusiasmo”, afirma a publicação.

Fatores estratégicos e organizacionais favorecem Moscou

A análise apresentada pelo The Conversation também atribui parte do avanço militar russo a fatores de organização interna e capacidade de mobilização.

De acordo com o relatório, a estrutura das Forças Armadas da Rússia se beneficia do apoio interno da população e de uma base econômica mais ampla, o que contribui para a sustentação prolongada das operações de guerra.

A publicação destaca que a Rússia possui maior facilidade na captação de novos combatentes para as forças armadas. Em contraste, aponta que a Ucrânia enfrenta obstáculos para manter sua capacidade de recrutamento.

“É muito menos provável que a morte ou o ferimento de voluntários tenha um impacto negativo sobre o moral geral do que a morte de recrutas […]. A Rússia ainda parece ter voluntários suficientes para lutar”, indica o texto. A diferença entre os perfis dos combatentes das duas forças seria, segundo o relatório, um elemento com efeitos diretos sobre a continuidade e intensidade das operações militares.

O documento também afirma que a Ucrânia tem encaminhado recrutas menos dispostos ao combate, o que, segundo os analistas consultados, pode afetar a coesão e a capacidade de resistência das forças ucranianas em médio e longo prazo.

Condições políticas e econômicas influenciam capacidade de resposta

Além dos aspectos militares, a publicação do The Conversation também considera o contexto político e econômico dos dois países. O relatório sugere que Moscou tem menor dificuldade para coordenar suas ações militares por contar com uma estrutura interna de governança centralizada e suporte institucional contínuo.

A avaliação é de que o apoio interno à atuação das forças russas facilita a mobilização de recursos e a formulação de estratégias prolongadas, mesmo em um cenário de sanções econômicas e isolamento internacional parcial.

Negociações futuras devem considerar exigências russas, aponta análise

O relatório conclui que, diante da conjuntura atual, qualquer tentativa de resolução pacífica do conflito deverá considerar os termos apresentados pela liderança russa. “Para que um acordo de paz seja duradouro, será necessário levar em conta as exigências da Rússia, expressas por sua liderança em 2024”, aponta a publicação.

As exigências mencionadas referem-se a condições políticas, territoriais e militares já manifestadas anteriormente por autoridades russas, incluindo demandas sobre o status da Crimeia, das regiões ocupadas no leste ucraniano e garantias de segurança no entorno da fronteira com a OTAN.

Posição oficial do Kremlin indica disposição para negociações

Na quarta-feira (12), o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, comentou publicamente sobre a possibilidade de tratativas para encerrar o conflito. Em entrevista, Peskov afirmou que o governo russo avalia opções sobre os caminhos possíveis para uma solução pacífica.

“Moscou estava trabalhando com opções ponderadas sobre como conduzir o processo de solução pacífica do conflito ucraniano”, declarou o porta-voz. A manifestação ocorre em meio ao avanço das forças russas em diversos pontos estratégicos e à intensificação das discussões diplomáticas sobre alternativas à continuidade da guerra.

Cenário permanece indefinido

Apesar das sinalizações por parte do Kremlin e da análise publicada pelo The Conversation, não há até o momento um indicativo concreto de retomada de negociações formais entre Rússia e Ucrânia. As iniciativas diplomáticas permanecem limitadas a contatos indiretos e declarações públicas, enquanto o conflito continua em curso nas regiões afetadas.

As conclusões da análise destacam a mudança de equilíbrio no campo de batalha como fator determinante para o desenho de eventuais acordos futuros.

A tendência apontada pelo relatório é de que os termos disponíveis para a Ucrânia em uma mesa de negociação sejam menos vantajosos do que os considerados em estágios anteriores da guerra, especialmente nas conversas realizadas na primavera de 2022.

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