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China lança 18 satélites e avança no mercado global de internet via satélite

A China realizou nesta semana o lançamento de 18 satélites a partir de seu novo porto espacial comercial localizado na província de Hainan. A operação, conduzida com um foguete Longa Marcha-8 Y6, marca a entrada da indústria espacial chinesa em um novo estágio de integração com o mercado global, segundo especialistas. O lançamento foi realizado […]

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Imagem: Huawei/Divulgação

A China realizou nesta semana o lançamento de 18 satélites a partir de seu novo porto espacial comercial localizado na província de Hainan. A operação, conduzida com um foguete Longa Marcha-8 Y6, marca a entrada da indústria espacial chinesa em um novo estágio de integração com o mercado global, segundo especialistas.

O lançamento foi realizado com a participação de uma plataforma estatal e teve como destaque a primeira missão de carona compartilhada do foguete Longa Marcha-8, modelo desenvolvido pelo governo chinês.

A operação colocou em órbita um grupo de satélites a serviço de uma empresa comercial, configurando uma nova etapa no modelo de atuação da indústria aeroespacial do país.

Os satélites lançados fazem parte da quinta fase do projeto Spacesail, também conhecido como Thousand Sails, desenvolvido pela empresa Shanghai Spacecom Satellite Technology.

O objetivo da iniciativa é formar uma constelação com 14.000 satélites destinados ao fornecimento de internet via satélite, em um modelo semelhante ao do sistema Starlink, operado pela empresa norte-americana SpaceX.

A missão foi a primeira a utilizar uma das plataformas do novo centro de lançamento em Hainan, que passou a operar em 2024 como o primeiro espaçoporto de gestão comercial da China.

Com o êxito da operação, o local passa a contar com duas plataformas em atividade para missões futuras, ampliando a capacidade de lançamento do país.

O professor Richard de Grijs, da Universidade Macquarie, na Austrália, destacou o caráter estratégico da operação. “Este lançamento também é uma espécie de demonstração de tecnologia para lançamentos comerciais usando tecnologia espacial nacional”, afirmou.

O projeto Spacesail tem como meta alcançar cobertura de internet em regiões com infraestrutura limitada de conectividade.

A expansão da constelação de satélites busca posicionar o sistema como concorrente direto da Starlink no mercado internacional de telecomunicações via satélite.

De acordo com informações divulgadas pela plataforma especializada Space News, sediada nos Estados Unidos, o projeto pretende atender tanto o mercado doméstico quanto usuários em regiões remotas de outros países.

A missão representa uma mudança no perfil das operações espaciais da China, que tradicionalmente concentravam seus lançamentos em programas de pesquisa e exploração sob controle estatal.

A participação de empresas privadas no segmento de comunicações por satélite está sendo ampliada, em consonância com a estratégia nacional de desenvolvimento da indústria espacial comercial.

A inserção da China nesse mercado ocorre em um contexto de crescente demanda por serviços de internet de alta velocidade em áreas fora dos grandes centros urbanos, onde a infraestrutura terrestre de telecomunicações é limitada.

O modelo de cobertura por constelações de satélites em órbita baixa tem sido adotado por diversos países e empresas privadas como solução alternativa de conectividade.

A missão também representa um marco para o foguete Longa Marcha-8, que até então não havia realizado lançamentos com múltiplas cargas comerciais.

A operação de carona compartilhada — na qual diferentes satélites são transportados em uma única missão — é considerada uma alternativa economicamente viável para empresas que operam com menor escala de lançamento.

Com a ampliação da estrutura do centro espacial em Hainan, o país busca consolidar sua capacidade de realizar lançamentos frequentes com menor custo logístico.

O espaçoporto é o primeiro administrado de forma comercial no país, e seu uso por empresas privadas reforça a mudança no modelo de operação do setor espacial chinês.

O projeto Spacesail faz parte de um movimento mais amplo de expansão da presença chinesa no setor de comunicações por satélite, considerado estratégico para segurança, infraestrutura e desenvolvimento tecnológico.

A expectativa é que, nos próximos anos, outras empresas também se integrem ao mercado de lançamento e operação de satélites de uso comercial.

Até o momento, a China mantém programas estatais paralelos voltados à exploração lunar, missões tripuladas e instalação de estações espaciais. A entrada no mercado comercial global com serviços de internet por satélite complementa esses esforços, com foco no setor de telecomunicações e tecnologia da informação.

Ainda não há informações oficiais sobre os próximos lançamentos do projeto Spacesail nem sobre os mercados que serão inicialmente atendidos pela nova constelação.

A evolução do programa será observada por agências reguladoras e concorrentes internacionais, em um contexto de disputa crescente pelo fornecimento de serviços de conectividade global via satélite.

Com informações da SCMP

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