UE anuncia tarifas sobre produtos dos EUA em resposta a guerra comercial de Trump

EFE/EPA/OLIVIER HOSLET

A partir de 1º de abril, a União Europeia implementará tarifas sobre produtos norte-americanos, como parte de uma reação às taxas impostas pelos Estados Unidos sobre o aço e alumínio europeus.

A decisão foi divulgada nesta quarta-feira, 27, pela Comissão Europeia, que confirmou que as tarifas serão “fortes, mas proporcionais”, com o objetivo de equilibrar o impacto econômico das medidas dos EUA.

As tarifas norte-americanas de 25% sobre o aço e o alumínio da União Europeia, anunciadas anteriormente pelo governo dos Estados Unidos, afetarão cerca de 26 bilhões de euros (aproximadamente US$ 28 bilhões ou R$ 165 bilhões) em produtos do bloco europeu.

Em resposta, a Comissão Europeia aplicará tarifas sobre uma gama de produtos norte-americanos com valor correspondente.

O impacto econômico das tarifas dos EUA foi destacado pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, que, em comunicado oficial, afirmou que as novas medidas visam neutralizar as consequências econômicas das tarifas norte-americanas.

A presidente da Comissão Europeia lamentou as tarifas impostas pelo governo dos EUA, ressaltando os efeitos negativos dessas taxas para a economia global. “Tarifas são impostos. São ruins para os negócios e ainda piores para os consumidores”, afirmou Von der Leyen.

A Comissão Europeia, no entanto, não descartou a possibilidade de uma resolução negociada com os Estados Unidos.

A União Europeia reafirmou sua disposição para o diálogo, com o objetivo de encontrar uma solução sem recorrer a medidas punitivas.

O comunicado oficial deixou claro que as tarifas poderão ser revistas ou suspensas caso haja um acordo entre as duas partes.

Este novo embate comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos reacende as tensões comerciais entre os dois blocos, que já vinham sendo exacerbadas pela imposição das tarifas de 25% sobre os produtos de aço e alumínio.

A disputa tem o potencial de impactar as cadeias produtivas globais, uma vez que os produtos afetados fazem parte de setores-chave da economia internacional.

Analistas apontam que o confronto pode resultar em novas rodadas de negociações e medidas adicionais. O desenrolar da disputa dependerá, em grande parte, das próximas ações do governo dos Estados Unidos, que deve definir o rumo da tensão comercial entre os dois blocos econômicos.

A Comissão Europeia enfatizou que, em um contexto global de incertezas econômicas e geopolíticas, a aplicação de tarifas não é do interesse comum das partes envolvidas.

A expectativa é de que, caso as discussões não avancem, as tarifas possam afetar ainda mais as relações comerciais internacionais, gerando um impacto econômico global significativo.

O comunicado também abordou a importância de buscar soluções diplomáticas, lembrando que as tarifas, embora necessárias para a proteção econômica do bloco, não são a primeira escolha para resolver disputas comerciais.

A União Europeia reforçou seu compromisso com o multilateralismo e com o sistema de comércio internacional, apontando que o interesse de ambas as economias é evitar a imposição de barreiras comerciais que possam prejudicar o comércio global.

O impacto da disputa também poderá ser sentido por outros países fora da União Europeia e dos Estados Unidos, que dependem de cadeias produtivas globais e do comércio internacional.

O cenário continua a evoluir, com a expectativa de que novos desenvolvimentos possam alterar a dinâmica das relações comerciais entre os dois blocos, dependendo das escolhas políticas e econômicas feitas pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

Com informações da Reuters

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