EUA anunciam retomada de apoio militar à Ucrânia após acordo por cessar-fogo

Al Drago/Bloomberg e Emile Ducke/The New York Times

Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira, 11, a retomada do apoio militar e do compartilhamento de inteligência com a Ucrânia, após o governo de Kiev aceitar uma proposta de cessar-fogo de 30 dias com a Rússia.

A informação foi divulgada em declaração conjunta entre os governos norte-americano e ucraniano, segundo a agência Reuters.

A decisão foi formalizada após mais de oito horas de reuniões em Jeddah, na Arábia Saudita, entre representantes ucranianos e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. A proposta agora será encaminhada ao governo russo para análise.

“O nosso objetivo é que os russos respondam ‘sim’ o mais rápido possível, para que possamos avançar para a segunda etapa, que são as negociações reais”, afirmou Rubio em entrevista coletiva. Ele destacou que a iniciativa contou com o apoio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

De acordo com o secretário de Estado, a administração norte-americana pretende alcançar um acordo mais amplo entre Rússia e Ucrânia. “A cada dia que passa, essa guerra continua. Pessoas morrem, pessoas são bombardeadas, pessoas ficam feridas em ambos os lados deste conflito”, declarou Rubio.

A proposta de cessar-fogo de 30 dias marca uma mudança na postura dos Estados Unidos em relação ao conflito. Desde o final de fevereiro, após uma reunião entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, o governo norte-americano havia suspendido o envio de armamentos e o intercâmbio de informações estratégicas com Kiev.

Na ocasião, o encontro entre os dois líderes ocorreu em Washington e foi seguido pela decisão de congelar a assistência militar. A retomada do apoio agora está condicionada à tentativa de estabelecer um cessar-fogo temporário, com perspectiva de avanço para tratativas diplomáticas.

O governo russo ainda não se pronunciou oficialmente sobre a proposta. A resposta de Moscou será considerada determinante para a continuidade das negociações. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não comentou publicamente a iniciativa até o momento.

Donald Trump declarou que espera um posicionamento da liderança russa nos próximos dias. “Espero que seja nos próximos dias”, afirmou o presidente norte-americano ao ser questionado sobre um possível diálogo com Putin.

O governo dos Estados Unidos considera que a aceitação do cessar-fogo poderá representar um passo inicial para negociações de paz. A administração norte-americana avalia que a suspensão temporária das hostilidades é um pré-requisito necessário para a abertura de um processo diplomático mais amplo.

A guerra entre Rússia e Ucrânia já se estende há três anos e provocou deslocamentos populacionais, destruição de infraestrutura civil e impacto nas cadeias produtivas regionais. A tentativa de estabelecer um cessar-fogo surge em meio à pressão internacional por uma solução negociada.

Rubio reiterou que o objetivo imediato é conter os confrontos e iniciar uma agenda de negociações com participação das partes envolvidas. “Queremos avançar para uma solução que encerre os combates e permita uma discussão política sobre o futuro da região”, disse.

O plano norte-americano prevê que, em caso de aceitação por parte da Rússia, representantes de ambos os países se reúnam em novo encontro mediado por nações não envolvidas no conflito direto. Os termos dessa segunda fase ainda não foram detalhados oficialmente.

Autoridades ucranianas indicaram que a decisão de aceitar a proposta norte-americana foi motivada pela necessidade de reorganização tática e pela expectativa de reconstrução de canais diplomáticos.

Representantes de Kiev afirmaram que a cessação temporária das hostilidades poderá facilitar esforços humanitários e reabertura de rotas logísticas.

A retomada do apoio militar por parte dos Estados Unidos inclui reativação do fornecimento de armamentos, suporte técnico-operacional e repasse de informações estratégicas. O montante e o cronograma de envio ainda não foram divulgados.

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos deverá apresentar um plano logístico nas próximas semanas, caso a proposta seja aceita por Moscou.

O objetivo, segundo fontes da administração, é garantir que as forças ucranianas estejam abastecidas durante o período de cessar-fogo, sem comprometer as condições de negociação.

Analistas internacionais apontam que a receptividade da Rússia à proposta será decisiva para a manutenção da atual estratégia diplomática. Em caso de recusa, o conflito poderá retornar a um estágio de intensificação militar.

O governo norte-americano condiciona o avanço das negociações a uma resposta formal de Moscou e considera que, se houver rejeição, outras medidas poderão ser consideradas. Entre as alternativas, estão sanções adicionais e restrições comerciais.

A próxima etapa das tratativas depende da disposição da Rússia em aceitar os termos do cessar-fogo proposto. Caso haja concordância, as partes deverão definir data e local para o início das conversações bilaterais com mediação internacional.

Até o momento, não há previsão para novo pronunciamento oficial por parte do governo russo. A administração Trump segue monitorando os desdobramentos e mantém contato com aliados europeus para coordenar eventuais iniciativas diplomáticas paralelas.

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