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Brasil salva Milei de apagões na Argentina

A Argentina aumentou significativamente a importação de energia elétrica do Brasil durante o mês de fevereiro para evitar um colapso no fornecimento interno. De acordo com dados divulgados pelo jornal Folha de S.Paulo, o país vizinho importou, em média, 700 megawatts (MW) de eletricidade brasileira por dia ao longo do mês, em resposta ao aumento […]

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Daniel Bockwoldt/picture alliance via Getty Images / Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto

A Argentina aumentou significativamente a importação de energia elétrica do Brasil durante o mês de fevereiro para evitar um colapso no fornecimento interno.

De acordo com dados divulgados pelo jornal Folha de S.Paulo, o país vizinho importou, em média, 700 megawatts (MW) de eletricidade brasileira por dia ao longo do mês, em resposta ao aumento da demanda provocado por altas temperaturas.

O volume representa uma elevação de 121% em comparação com o mesmo mês de 2024 e um crescimento de 99% em relação a janeiro deste ano.

Técnicos do Ministério de Minas e Energia informaram que a quantidade exportada pelo Brasil foi suficiente para suprir aproximadamente 5% do consumo total da Argentina no período.

A intensificação das exportações de energia ocorre em um momento de pressão sobre o sistema elétrico argentino. O país enfrenta uma sequência de ondas de calor, que elevaram o consumo de eletricidade em centros urbanos e regiões industriais.

As autoridades locais buscaram alternativas para mitigar os riscos de interrupções no fornecimento de energia, recorrendo ao mercado regional.

A operação foi viabilizada por meio de acordos bilaterais já existentes no âmbito do sistema de intercâmbio energético da América do Sul. A integração das redes elétricas permite que os países realizem trocas de energia em situações emergenciais ou por razões operacionais.

De acordo com informações técnicas, a transferência de energia entre os sistemas elétricos de Brasil e Argentina ocorre por meio de linhas de transmissão de alta tensão que conectam os dois países, com capacidade instalada suficiente para atender demandas adicionais em momentos de pico de consumo.

A elevação do consumo energético argentino se insere em um contexto mais amplo de instabilidade climática.

Nas últimas semanas, o país registrou temperaturas superiores à média histórica para o período, elevando a necessidade de refrigeração residencial, comercial e industrial.

Além disso, outros eventos climáticos extremos, como enchentes e tempestades, têm afetado o funcionamento da infraestrutura elétrica em algumas regiões.

As dificuldades enfrentadas pelo sistema energético argentino ocorrem no mesmo momento em que o governo do presidente Javier Milei discute a permanência do país no Acordo de Paris.

A possível retirada do tratado climático tem sido mencionada por integrantes da gestão como parte de uma revisão da política ambiental e energética. O governo ainda não formalizou uma decisão sobre o tema.

Especialistas ouvidos por técnicos do setor elétrico afirmam que eventos climáticos extremos podem ter impacto direto sobre o planejamento energético, especialmente em países com alta dependência de sistemas de geração centralizada ou com restrições em fontes de abastecimento.

A importação de energia brasileira pela Argentina neste início de ano se apresenta como uma medida de curto prazo para garantir a estabilidade do fornecimento local, mas também revela a crescente interdependência energética entre países da região.

As operações são realizadas por meio do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em coordenação com o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e o Ministério de Minas e Energia.

No Brasil, a capacidade instalada do sistema elétrico e o nível dos reservatórios hidrelétricos permitiram atender à demanda adicional sem comprometer a segurança do abastecimento interno.

Segundo o ONS, os volumes exportados estão dentro da margem operacional estabelecida, e não há risco de impacto ao atendimento do mercado nacional.

A participação do Brasil no fornecimento de energia para países vizinhos tem sido crescente nos últimos anos, em especial durante períodos de emergência nos sistemas elétricos da América do Sul.

A estrutura de integração energética regional permite que essas operações sejam realizadas de forma ágil, com base em contratos operacionais firmados entre os operadores dos dois países.

Autoridades brasileiras afirmam que o intercâmbio de energia representa uma estratégia de aproveitamento eficiente da capacidade instalada e fortalece as relações bilaterais. Técnicos do governo destacam ainda que, em situações específicas, o Brasil também pode se beneficiar da energia gerada em países vizinhos em momentos de escassez interna.

A situação energética na Argentina segue sendo monitorada por órgãos locais e pelas autoridades brasileiras responsáveis pela operação do sistema elétrico. O governo brasileiro informou que manterá a disposição de exportar energia sempre que houver demanda e condições técnicas adequadas, sem comprometer o equilíbrio do abastecimento nacional.

A expectativa é de que, com o fim do verão no hemisfério sul, a pressão sobre o consumo de energia na Argentina diminua gradualmente. No entanto, técnicos avaliam que a instabilidade climática pode se manter ao longo do ano, exigindo adaptações nas estratégias de planejamento e operação do setor elétrico regional.

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