O governo dos Estados Unidos manterá a decisão de impor uma tarifa adicional de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio a partir do dia 12 de março. A confirmação foi feita pelo secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, no domingo, 9.
A medida foi anunciada em meio a uma série de debates internacionais sobre os impactos da decisão nas relações comerciais dos Estados Unidos com diversos países exportadores, incluindo o Brasil.
“Sim”, afirmou Lutnick à emissora NBC News, ao ser questionado se a tarifa entrará em vigor na quarta-feira (12), conforme previsto pela administração norte-americana.
A decisão segue uma ordem executiva assinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 18 de fevereiro. O documento determina a aplicação da tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, sem distinção entre os países exportadores.
A medida tem gerado repercussão em diferentes setores econômicos e foi discutida recentemente por autoridades brasileiras. Na semana passada, o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, realizou uma videoconferência com o secretário de Comércio dos EUA para tratar do tema. Durante a conversa, Alckmin expressou preocupação com os possíveis efeitos da decisão sobre a indústria brasileira de metais.
As exportações brasileiras de aço e alumínio aos Estados Unidos compõem parte significativa da pauta comercial entre os dois países. A nova tarifa poderá gerar impacto direto sobre o volume de embarques e sobre a competitividade do setor no mercado norte-americano.
A ordem executiva assinada por Trump justifica a aplicação das tarifas como uma medida de proteção à indústria nacional. De acordo com o governo dos EUA, a decisão tem como objetivo reduzir a dependência de insumos importados considerados estratégicos para a segurança econômica do país.
Autoridades norte-americanas afirmam que a medida está amparada por dispositivos legais que permitem restrições comerciais em situações consideradas de risco à segurança nacional. O governo sustenta que o aumento da produção interna de aço e alumínio é necessário para assegurar o fornecimento desses materiais em eventuais situações de emergência.
Desde o anúncio da medida, diversos países têm manifestado oposição à tarifa. Representantes de governos estrangeiros vêm solicitando exceções ou buscando negociar alternativas diplomáticas para mitigar os impactos comerciais.
O Brasil figura entre os principais exportadores de aço aos Estados Unidos. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, uma parcela relevante das exportações brasileiras de aço tem como destino o mercado norte-americano.
O setor representa uma cadeia produtiva com participação significativa no PIB industrial do país e emprega milhares de trabalhadores.
A indústria brasileira afirma que a imposição da tarifa pode comprometer o desempenho das exportações, gerar perdas econômicas e afetar o equilíbrio das cadeias produtivas no país. Entidades do setor vêm solicitando ao governo brasileiro a adoção de medidas diplomáticas para tentar reverter ou amenizar os efeitos da decisão dos EUA.
Apesar das manifestações de países afetados, o governo norte-americano tem reiterado que não há previsão de revisão da medida no curto prazo.
O Departamento de Comércio dos EUA informou que segue monitorando os impactos da tarifa e que continuará avaliando possíveis ajustes, se necessário, com base em critérios de segurança e interesse econômico.
A entrada em vigor da tarifa está confirmada para quarta-feira, 12, conforme o cronograma estabelecido pela Casa Branca. Ainda não há definição sobre a possibilidade de concessão de isenções pontuais a determinados países ou empresas exportadoras, tema que continua sendo objeto de negociações bilaterais.
O governo brasileiro, por meio de sua equipe econômica e diplomática, deve continuar buscando interlocução com autoridades dos Estados Unidos nos próximos dias. A expectativa é de que as conversas avancem antes da implementação efetiva da tarifa.
A decisão dos Estados Unidos ocorre em um contexto global de crescente revisão de políticas comerciais por parte das principais economias. Medidas de proteção a setores estratégicos têm se tornado frequentes em diversas regiões, ampliando o número de disputas no comércio internacional.
Com a confirmação da nova tarifa, os efeitos sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio devem ser acompanhados por representantes do setor e pelo governo federal. O impacto sobre os fluxos comerciais será monitorado ao longo das próximas semanas.
Com informações da NBC News e Sputnik
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