Na coletiva de imprensa de 7 de março de 2025, no Centro de Mídia, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, foi questionado sobre o anúncio dos EUA de um plano para “assumir” e “possuir” Gaza, além de reassentar os palestinos em países vizinhos. Wang Yi rejeitou a ideia, afirmando que Gaza pertence ao povo palestino e que qualquer tentativa de mudar seu status por meios forçados só trará mais caos.
O chanceler chinês reafirmou o apoio da China ao plano de paz liderado pelo Egito e países árabes e criticou nações que, em vez de promoverem um cessar-fogo e ajudarem na reconstrução de Gaza, estão tentando impor soluções unilaterais. Ele destacou que o conflito palestino-israelense se perpetua porque a solução de dois Estados foi implementada apenas pela metade – Israel já é uma realidade, mas o Estado palestino segue distante.
A China se comprometeu a continuar lutando pela justiça e pelo direito dos palestinos à autodeterminação, defendendo que os países do Oriente Médio tomem seu futuro em suas próprias mãos, sem interferências externas.
Pergunta e resposta na íntegra:
Agência Anadolu: Os EUA anunciaram planos para “assumir” e “possuir” Gaza e reassentar os palestinos que vivem lá em países vizinhos. Como a China vê esse plano dos EUA e o futuro desenvolvimento de Gaza? Que papel a China desempenhará para a paz e a estabilidade no Oriente Médio?
Wang Yi: Gaza pertence ao povo palestino. É uma parte inseparável do território palestino. Mudar seu status por meios forçados não trará paz, mas apenas um novo caos. Apoiamos o plano de restauração da paz em Gaza, iniciado pelo Egito e por outros países árabes. A vontade do povo não deve ser desafiada, e o princípio da justiça não deve ser abandonado.
Se algum país realmente se preocupa com a população de Gaza, ele deve:
- Promover um cessar-fogo abrangente e duradouro,
- Aumentar a assistência humanitária,
- Observar o princípio de que os palestinos devem governar a Palestina,
- Contribuir para a reconstrução de Gaza.
Sem paz no Oriente Médio, o mundo não será estável. A questão palestina sempre esteve no centro dos conflitos na região. O conflito palestino-israelense se repete porque a solução de dois Estados foi implementada apenas pela metade:
- O Estado de Israel já é uma realidade há muito tempo.
- Mas o Estado da Palestina ainda está longe de ser alcançado.
No futuro, a comunidade internacional precisa se concentrar mais na solução de dois Estados e dar mais apoio à independência da Palestina. Somente assim Palestina e Israel poderão coexistir pacificamente, e os povos árabe e judeu poderão viver lado a lado, em uma amizade duradoura.
Para isso, três passos são essenciais:
- Unidade palestina: Todas as facções palestinas devem cumprir a Declaração de Pequim para alcançar a unidade e o autofortalecimento.
- Apoio regional: Os países do Oriente Médio precisam superar suas diferenças e apoiar a criação do Estado palestino.
- Consenso global: A comunidade internacional deve criar um consenso e promover a paz entre Palestina e Israel.
A China é um parceiro estratégico dos países do Oriente Médio e um amigo sincero dos povos árabes. Continuaremos a lutar resolutamente por justiça, paz e desenvolvimento na região, apoiando os países do Oriente Médio para que tomem seu futuro em suas próprias mãos, escolham seus próprios caminhos de desenvolvimento e realizem o sonho de paz e revitalização em um futuro próximo.
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