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China quer turbinar seu crescimento apostando em tecnologia nuclear

A China estabeleceu uma meta de crescimento econômico para a aplicação comercial de sua tecnologia nuclear, com projeção de atingir uma produção anual de 400 bilhões de yuans (equivalente a aproximadamente US$ 55,25 bilhões) até 2026. A estimativa representa um avanço significativo em relação aos 240 bilhões de yuans registrados em 2023. O anúncio foi […]

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(230917) -- SHENYANG, Sept. 17, 2023 (Xinhua) -- This aerial photo taken on July 25, 2023 shows a view of the Xudapu Nuclear Power Plant (NPP) under construction in Huludao, northeast China's Liaoning Province. In recent years, the three northeastern provinces of Liaoning, Jilin, and Heilongjiang have sped up the development of clean energy generation such as wind power, photovoltaic power and biomass power generation. This is of great significance for ensuring safe and reliable power supply, accelerating clean energy transition and low-carbon development, and promoting the full revitalization of northeast China. (Xinhua/Long Lei)

A China estabeleceu uma meta de crescimento econômico para a aplicação comercial de sua tecnologia nuclear, com projeção de atingir uma produção anual de 400 bilhões de yuans (equivalente a aproximadamente US$ 55,25 bilhões) até 2026. A estimativa representa um avanço significativo em relação aos 240 bilhões de yuans registrados em 2023.

O anúncio foi feito por Li Song, representante permanente da China junto à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), durante reunião do conselho de governadores da entidade, realizada em Viena, na Áustria, na última quinta-feira.

Segundo Li, o plano prevê a expansão do uso da tecnologia nuclear em setores como saúde, agricultura, processamento de alimentos e modificação de materiais. O objetivo é diversificar as aplicações não energéticas da tecnologia atômica e ampliar sua contribuição para o desenvolvimento econômico do país.

Li também afirmou que a China pretende intensificar a cooperação com a AIEA para promover o uso pacífico da energia nuclear em países do Sul Global. O governo chinês tem sinalizado interesse em compartilhar conhecimento técnico com nações em desenvolvimento como parte de sua política externa voltada à transferência de tecnologia.

O tema foi abordado também durante as chamadas “duas sessões”, as reuniões anuais do Congresso Nacional do Povo e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, órgãos legislativo e consultivo do país. As discussões incluem diretrizes econômicas e estratégias industriais consideradas prioritárias pelo governo central.

Durante os encontros, parlamentares e representantes de setores estratégicos reforçaram a importância da tecnologia nuclear no planejamento de médio e longo prazo da economia chinesa. Entre os temas debatidos estão a ampliação da infraestrutura industrial, o fortalecimento de políticas públicas e o estímulo à inovação tecnológica.

Han Yongjiang, vice-economista-chefe da Corporação Nuclear Nacional da China e integrante da Conferência Consultiva Política, declarou que a integração da tecnologia nuclear em diversos setores produtivos deve ser aprofundada. A declaração foi divulgada pelo jornal estatal Securities Daily na sexta-feira.

“Embora a indústria de tecnologia nuclear da China esteja crescendo rapidamente, ela ainda está atrás dos países desenvolvidos em termos de escala industrial. Mais melhorias são necessárias em políticas industriais e capacidades de inovação independentes”, afirmou Han, segundo a publicação.

A China tem ampliado o investimento em pesquisa, desenvolvimento e aplicação de tecnologias nucleares com fins não energéticos, como radioterapia, esterilização de produtos agrícolas, preservação de alimentos e engenharia de materiais.

O objetivo do governo é tornar o país competitivo nesse segmento, reduzir a dependência de fornecedores internacionais e gerar valor agregado à produção industrial.

O avanço no setor nuclear também integra a estratégia chinesa de reposicionamento em cadeias produtivas globais. Ao investir em tecnologia própria, o país busca consolidar autonomia em setores considerados estratégicos para sua segurança econômica e tecnológica.

A expectativa das autoridades é que o crescimento da aplicação comercial da tecnologia nuclear contribua para a geração de empregos, aumento da produtividade e melhoria da competitividade industrial.

O governo também avalia que a expansão do setor pode estimular a formação de parcerias internacionais com países interessados em desenvolver suas capacidades tecnológicas.

Nos últimos anos, a China tem intensificado sua atuação junto à AIEA, buscando protagonismo em fóruns multilaterais sobre segurança nuclear, desenvolvimento tecnológico e transferência de conhecimento. O governo chinês defende a ampliação do acesso pacífico à energia atômica, especialmente para países em desenvolvimento.

A meta anunciada para 2026 representa um crescimento superior a 66% em relação ao valor registrado em 2023, indicando uma aceleração no ritmo de investimentos e projetos relacionados à indústria nuclear.

O cumprimento dessa meta depende, segundo especialistas, da capacidade de coordenação entre os setores público e privado, além da implementação de políticas industriais específicas para o segmento.

O governo chinês sinalizou que pretende acompanhar a evolução do setor por meio de metas de desempenho e incentivos fiscais.

A expectativa é que o apoio estatal contribua para a formação de uma cadeia produtiva mais robusta, capaz de atender à demanda interna e, futuramente, disputar espaço no mercado internacional.

Com informações da AIEA e Securities Daily

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