A China rebateu as alegações dos EUA de “roubo” econômico e pediu o fim da guerra comercial, afirmando que os laços bilaterais beneficiam ambos os países
Chamar os laços econômicos entre China e EUA de “roubo” e buscar reciprocidade absoluta no comércio vai contra o senso comum econômico mais básico, disse uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China nesta segunda-feira (10), pedindo aos Estados Unidos que acabem com sua guerra comercial.
Segundo a Xinhua, a porta-voz Mao Ning fez os comentários em resposta a uma pergunta sobre as repetidas alegações do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, de que a economia da China depende excessivamente das exportações e que o lado americano busca relações comerciais justas e recíprocas.
Em uma coletiva de imprensa diária, Mao disse que o comércio entre a China e os EUA, como está agora, é o resultado de forças de mercado com múltiplos fatores em jogo, incluindo as estruturas econômicas e as políticas comerciais dos dois países, bem como a posição do dólar americano.
A China nunca busca um superávit comercial e, na realidade, os Estados Unidos se beneficiaram significativamente do comércio com a China, acrescentou ela.
“Se você olhar para a repartição das estatísticas, as exportações de empresas americanas sediadas na China também são contadas como superávit comercial da China. Os produtos de alta qualidade a custo reduzido exportados pela China para os Estados Unidos essencialmente aumentaram o poder de compra dos consumidores americanos e criaram uma enorme quantidade de empregos nos Estados Unidos, particularmente em setores como transporte, atacado, varejo e comércio eletrônico”, disse Mao, acrescentando que os Estados Unidos continuam a ter um enorme superávit no comércio de serviços.
Ela observou que os laços comerciais e econômicos entre China e EUA beneficiam ambos os lados. “Se um estivesse roubando o outro, não haveria como os laços chegarem tão longe como vemos hoje.”
O porta-voz enfatizou que rotular os laços econômicos como “roubo” e exigir reciprocidade absoluta desafia a lógica econômica básica, e aqueles que fazem isso estão subestimando o julgamento das empresas e consumidores dos EUA.
“Já se passaram anos e anos desde que os Estados Unidos iniciaram a guerra comercial contra o resto do mundo, mas isso não impediu que o déficit comercial dos EUA aumentasse e atingisse 918,4 bilhões de dólares no ano passado”, disse Mao, observando que, seja uma guerra tarifária ou uma guerra comercial, elas invariavelmente começam prejudicando os outros antes de voltarem para prejudicar quem a iniciou.
É hora de os Estados Unidos aprenderem a lição e acabarem com essa prática errada, acrescentou o porta-voz.