China critica nacionalismo truculento e egoísta de Donald Trump

Wang Yi chegando ao centro de mídia em Pequim, para coletiva de imprensa. Em 7 de março de 2025. Crédito: Min. Rel. Exteriores da China


Durante a coletiva de imprensa em 7 de março de 2025, no Centro de Mídia, em Pequim, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, respondeu a perguntas sobre a nova postura dos Estados Unidos no cenário global. Com o retorno de Donald Trump à Casa Branca, a política “America First” voltou com força, e a saída de Washington de organizações internacionais levanta dúvidas sobre o futuro da governança global.

Wang Yi criticou a ideia de países colocando seus interesses acima dos princípios internacionais e alertou para o risco de um mundo onde a “lei da selva” prevaleça. Para ele, a China continuará defendendo a cooperação multilateral e liderando iniciativas que promovam um destino comum para a humanidade. Wang destacou o aumento do apoio global à Iniciativa do Cinturão e Rota e outras propostas chinesas, argumentando que a história mostrará que o verdadeiro vencedor será aquele que trabalha pelo bem de todos.


Pergunta e resposta na íntegra:

CNN: O presidente Trump adotou a política “America First” (América em primeiro lugar) após seu retorno à Casa Branca. Ele falou em se retirar de organizações e tratados internacionais, incluindo o Conselho de Direitos Humanos da ONU e a Organização Mundial da Saúde. Isso oferece uma oportunidade estratégica para a China remodelar o cenário global por meio do engajamento internacional?

Wang Yi: Há mais de 190 países no mundo. Se todos enfatizarem “meu país primeiro” e ficarem obcecados por uma posição de força, a lei da selva reinará no mundo novamente. Os países menores e mais fracos seriam os primeiros a sofrer o impacto, e as normas e a ordem internacionais sofreriam um duro golpe.

Na Conferência de Paz de Paris, há mais de 100 anos, os chineses fizeram uma pergunta que ressoa em todas as épocas: O direito prevalece sobre o poder, ou o poder faz o direito? A Nova China se mantém firme ao lado da justiça internacional e se opõe resolutamente à política de poder e à hegemonia. A história deve avançar, não retroceder. Um país grande deve honrar suas obrigações internacionais e cumprir suas devidas responsabilidades. Ele não deve colocar os interesses egoístas acima dos princípios, muito menos exercer seu poder para intimidar os fracos. Um ditado ocidental diz: “Não existem amigos eternos, apenas interesses permanentes”. Mas nós, na China, acreditamos que os amigos devem ser permanentes e que devemos buscar interesses comuns.

Com um profundo entendimento da tendência da história e de nossos tempos, o presidente Xi Jinping propôs a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade e conclamou todos os países a transcenderem as divergências e diferenças, protegerem conjuntamente nosso único planeta e desenvolverem juntos a aldeia global como nosso lar comum. Essa grande visão reflete não apenas a bela tradição da civilização chinesa de que o mundo pertence a todos, mas também o compromisso internacionalista dos comunistas chineses. Ela nos permite ver o bem-estar de toda a humanidade, assim como ter uma visão panorâmica de todas as montanhas que pareceriam pequenas quando estivéssemos em um pico, conforme descrito em um antigo poema chinês.

Estamos satisfeitos em ver que cada vez mais países se juntaram à causa da construção de uma comunidade com um futuro compartilhado, que mais de 100 países apoiam a Iniciativa de Desenvolvimento Global, a Iniciativa de Segurança Global e a Iniciativa de Civilização Global da China, e que mais de três quartos dos países do mundo todo se juntaram à família de cooperação Belt and Road. A história provará que o verdadeiro vencedor é aquele que tem em mente os interesses de todos, e que uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade garantirá que o mundo pertença a todos os países e que todos tenham um futuro brilhante.

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