O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira, 10, que o Brasil pretende intensificar o relacionamento com os Estados Unidos e negociar condições equilibradas em relação às tarifas aplicadas pelo governo norte-americano às importações de aço.
A declaração foi feita durante entrevista à rádio CBN. Alckmin disse que o objetivo do governo brasileiro é alcançar um entendimento que beneficie ambas as partes nas negociações comerciais em andamento com os Estados Unidos.
Segundo o vice-presidente, o Brasil busca um acordo que evite prejuízos às exportações nacionais do setor siderúrgico. Alckmin destacou que a medida anunciada pelo governo dos Estados Unidos pode impactar diretamente os produtores brasileiros e afirmou que o diálogo com as autoridades norte-americanas está em curso.
Na semana anterior, Alckmin participou de uma reunião por videoconferência com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick. No encontro, foram discutidas alternativas para reduzir os efeitos das barreiras comerciais impostas às exportações brasileiras de aço.
Durante a entrevista, Alckmin ressaltou que os Estados Unidos registram superávit comercial com o Brasil. De acordo com ele, cerca de 70% das exportações norte-americanas destinadas ao mercado brasileiro entram no país com tarifa zero.
O vice-presidente usou esse dado como argumento para justificar a necessidade de uma negociação equilibrada entre os dois países.
Alckmin afirmou que o Brasil busca construir uma relação comercial estruturada com os Estados Unidos, com foco no aumento da cooperação econômica e no estímulo ao comércio bilateral.
Segundo ele, o governo brasileiro considera prioritário ampliar o acesso dos produtos nacionais ao mercado norte-americano, especialmente em setores com maior potencial exportador.
O ministro declarou que o país está disposto a manter o diálogo aberto com autoridades norte-americanas e que a política comercial brasileira será conduzida com base na busca por acordos que promovam estabilidade e previsibilidade para os exportadores nacionais.
O setor siderúrgico brasileiro acompanha as discussões com preocupação diante do risco de perda de competitividade.
O anúncio feito pelo governo dos Estados Unidos gerou reação de representantes da indústria, que defendem a atuação do governo brasileiro para preservar o acesso ao mercado norte-americano.
As tarifas anunciadas pelos Estados Unidos fazem parte de um conjunto de medidas voltadas à proteção da indústria local.
O governo norte-americano alega necessidade de defesa comercial diante de práticas que considera prejudiciais ao setor produtivo interno.
O Brasil é um dos principais exportadores de produtos siderúrgicos para os Estados Unidos, com destaque para o fornecimento de semiacabados.
A elevação das tarifas pode afetar o desempenho das empresas nacionais que operam nesse segmento e comprometer o fluxo comercial entre os dois países.
Alckmin afirmou que o governo continuará buscando soluções por meio de canais diplomáticos e comerciais.
O vice-presidente disse ainda que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços está avaliando os impactos das medidas anunciadas e que a atuação do governo se concentrará na preservação do interesse nacional.
As conversas entre Brasil e Estados Unidos ocorrem em um contexto mais amplo de reconfiguração de políticas comerciais em diversas economias.
O governo brasileiro tem reiterado a necessidade de fortalecer sua inserção internacional com base em acordos que garantam acesso a mercados e favoreçam a competitividade da produção nacional.
Alckmin não especificou os próximos passos nas negociações com os Estados Unidos, mas indicou que novas reuniões poderão ocorrer nos próximos meses.
Segundo ele, o governo brasileiro considera fundamental manter interlocução constante com os principais parceiros comerciais para enfrentar desafios impostos pelo cenário internacional.
O Ministério do Desenvolvimento informou que seguirá acompanhando a situação do setor siderúrgico e monitorando os desdobramentos das medidas adotadas pelos Estados Unidos.
A pasta destacou que continuará atuando para assegurar condições adequadas às exportações brasileiras e evitar prejuízos ao setor produtivo.
A interlocução entre os dois países deverá continuar nos fóruns comerciais multilaterais e em tratativas bilaterais conduzidas pelo Itamaraty e pelo Ministério do Desenvolvimento.
O governo brasileiro espera que o diálogo resulte em alternativas que mantenham o fluxo comercial e contribuam para a estabilidade das relações econômicas com os Estados Unidos.